Conheça o centro de testes da Ford no interior de SP que é 14 vezes maior que o Autódromo de Interlagos

Conheça o centro de testes da Ford no interior de SP que é 14 vezes maior que o Autódromo de Interlagos
Quem passa às margens da Rodovia Antônio Romano Schincariol (SP-127), em Tatuí (SP), provavelmente vê um letreiro indicando a presença de uma das grandes montadoras automobilísticas instaladas no país. O que nem todo mundo sabe é que, naquele espaço, funciona uma área de testes que ocupa uma estrutura 14 vezes maior que o Autódromo de Interlagos, na capital paulista.
O g1 visitou o Centro de Tecnologia e Desenvolvimento da Ford, que tem cerca de 500 colaboradores, para entender como o local opera e qual é a função da unidade na rotina de desenvolvimento de veículos.
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Segundo o diretor de programas veiculares da empresa na América do Sul, André Oliveira, o espaço foi instalado na região há quase 50 anos por questões estratégicas da companhia.
“O centro vai completar 50 anos em 2028, e a localização foi escolhida de forma estratégica por grandes nomes da nossa engenharia, como Edgar Heinrich, que decidiu que a marca precisava de um campo de provas. Tatuí foi escolhida pela proximidade com a capital, pelas condições climáticas e uma altitude próxima à altura do mar, que, apesar de não estarmos no litoral, pode ser ajustável na hora de testar”, explica.
Atualmente, o local possui mais de 450 testes nos 60 km de pistas, em tempo real, voltados à usabilidade dos veículos antes de serem colocados à venda para o público geral na América do Sul. Entre eles, estão provas consideradas agressivas, em pistas on e off-road. Assista acima.
Pista de testes da Ford, em Tatuí (SP)
Ford/Divulgação
O centro de Tatuí é apenas um dos sete que a montadora possui ao redor do planeta. Ao todo, além da unidade brasileira, há três nos Estados Unidos, um na Bélgica, um na China e outro na Austrália. Saiba quais são as categorias de testes feitas no local:
Testes e homologação de emissões;
Durabilidade veicular;
Teardown e análise de motores e transmissões;
Simulações em condições reais de uso;
Desenvolvimento e testes de tecnologias semiautônomas;
Desenvolvimento e validação de motores a combustão interna;
Treinamentos de direção defensiva;
Testes e homologação de ruído de passagem.
Pista de testes da Ford, em Tatuí (SP)
Diogo Del Cistia/g1
“Toda a potência envolvendo a marca no país e em toda a América do Sul é testada em Tatuí. Nas pistas, consideradas algumas das melhores do mundo, há lama e barro para todos os carros. Atendemos a todos os critérios para mercados exigentes, como China, Europa e outros”, conta.
Com relação aos testes voltados às questões tecnológicas, há provas que medem, inclusive, a intensidade do ruído em cada ouvido do motorista. Mas nem sempre os carros são aprovados de primeira e, de acordo com André, passar rapidamente é um mau sinal.
“Nós temos um mecanismo que tira foto do ruído, indica de onde está vindo e, a partir disso, e ajustamos ele milimetricamente. Desmontamos quantas vezes forem necessárias. Isso aumenta a nossa eficiência”, diz.
“Quando um carro passa de primeira, nós mandamos retestar. Nós celebramos as falhas, nós queremos que o carro falhe, nós testamos até falhar. Em média, os carros fazem três testes de cada tipo antes de serem totalmente aprovados. Nós temos que distribuir os resultados e ganhar confiança neles”, complementa.
André Oliveira, diretor da unidade em Tatuí (SP)
Ford/Divulgação
De acordo com o diretor, há veículos que passam um ano fazendo testes virtuais no local antes de serem positivamente avaliados. Ele explica que, em média, são 15 mil testes ao todo, que levam entre seis a oito meses para serem finalizados.
“Não é um padrão, porque depende para qual mercado vai, qual é o motor, a quantidade de passageiros, entre outras características. São testes virtuais conceituando o carro, fazendo as imagens, design, exterior, fora o trabalho paralelo da engenharia na viabilidade técnica. O carro é montado só depois que tudo isso estiver pronto”, pontua.
Novos investimentos na área
Durante o evento em que a marca apresentou a nova Maverick Hybrid, na quinta-feira (13), André anunciou novos investimentos no campo de provas de Tatuí. Isso inclui o Ford Academy, considerado um centro de treinamento moderno para difundir conhecimentos sobre a montadora.
Ao g1, o responsável pela unidade diz que a nova estrutura pretende trazer treinamentos voltados à capacitação da mão de obra regional, treinando pessoas na área da engenharia, desenvolvimento de software, técnicos e analistas.
“Por que não trazermos pessoas daqui? Muitas vezes, elas tiveram que sair da região para estudar, mas querem voltar a morar perto da família, e nós queremos criar essas oportunidades. É um grande propósito educacional para Tatuí, fomentando a contratação de profissionais que estão perto de nós”, detalha.
Além disso, foi revelada a instalação de um centro de engenharia, que ficará junto à pista de testes da montadora. No local, os engenheiros poderão processar, analisar e compartilhar dados em tempo real com outros centros da Ford, para implementar ajustes de sistemas de forma mais rápida e eficiente.
“Nós queremos mostrar Tatuí para o mundo. Muitas pessoas que moram na cidade sequer sabem que existe algo relacionado à Ford aqui, e ela possui uma importância gigantesca tanto para a marca como para a exportação automobilística em um geral. O nosso investimento a longo prazo trará mudanças positivas para toda a região”, destaca.
Centro de tecnologia da Ford, em Tatuí (SP)
Diogo Del Cistia/g1
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