Belém recebe barco movido a hidrogênio
Belém recebeu nesta quarta-feira (12) um barco movido a hidrogênio que será usado na coleta de materiais recicláveis nas ilhas da capital. A proposta é integrar a embarcação às quatro Unidades de Valorização de Resíduos Sólidos (UVRs) em implantação em Belém.
O barco faz parte das ações do Projeto de Gestão de Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Inovação em Bioeconomia, firmado entre a Itaipu Parquetec, a Prefeitura de Belém e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).
O projeto é um dos nove empreendimentos, de um total de 37 anunciados para a Conferência do Clima (COP 30), que ainda não haviam concluído nenhuma das ações previstas até a abertura do evento.
Segundo Alexandre Gonçalves Leite, diretor de Tecnologias da Itaipu Parquetec, o convênio entre a instituição, a prefeitura e a Fadesp tem duração de dois anos e reúne três pilares:
– Distrito de Inovação e Bioeconomia
– Unidades de Valorização de Resíduos Sólidos
– Barco movido a hidrogênio verde
O diretor explica que a embarcação será usada por associações de catadores para coletar materiais recicláveis nas ilhas próximas a Belém, substituindo barcos movidos a combustível fóssil.
A embarcação
Representantes da Itaipu Parquetec afirmam que o barco é o primeiro 100% movido a hidrogênio da América Latina.
O gerente do Centro de Hidrogênio do Itaipu Parquetec, Daniel Cantane, explica que o sistema utiliza duas fontes integradas de energia renovável: solar (por meio de painéis instalados no teto) e química (hidrogênio produzido por eletrólise da água).
Barco movido a hidrogênio é inaugurado em Belém.
Marcus Passos/g1 Pará
“A energia do hidrogênio é convertida em eletricidade por uma célula de combustível que alimenta o motor elétrico”, disse.
O barco foi projetado com bancos removíveis para facilitar o transporte de materiais recicláveis e valorizar o trabalho dos catadores, oferecendo capacitação, formalização e aumento de renda com apoio tecnológico.
Parceria com a UFPA
A embarcação ficará na Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio da Fadesp, e também será usada em pesquisas na área de engenharia náutica.
Segundo Cantane, será instalada na UFPA (Campus Guamá) uma usina de produção de hidrogênio verde e um posto de abastecimento.
A estrutura ainda não entrou em operação porque o píer da universidade não está totalmente concluído. Enquanto isso, o barco será abastecido com hidrogênio de um estoque cedido pela Itaipu Parquetec.
“Temos um estoque de hidrogênio que deixaremos aqui. A usina já está pré-montada e desenvolvida, mas falta a etapa final de instalação”, afirmou o gerente.
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