Crime da mala: suspeito de esquartejar namorada e espalhar partes do corpo por Porto Alegre é indiciado


Detalhes do depoimento de homem preso por suspeita de matar e esquartejar namorada no RS
O publicitário Ricardo Jardim, suspeito de matar, esquartejar e esconder as partes do corpo de sua namorada em Porto Alegre foi indiciado pela Polícia Civil por feminicídio, ocultação de cadáver e falsificação de documentos. De acordo com o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mário Souza, a pena pode chegar a quase 100 anos em caso de condenação.
As conclusões do inquérito foram apresentadas nesta sexta-feira (31). Jardim está preso preventivamente desde setembro.
A Polícia Civil segue em busca do crânio da mulher. A investigação teve início depois que o torso do cadáver foi achado dentro de uma mala em um armário da rodoviária da capital em agosto deste ano.
O primeiro descarte de partes do corpo ocorreu em 13 de agosto, em um local ermo, sem movimento ou câmeras de segurança, na Zona Leste da capital.
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Já o segundo ato foi registrado em 20 de agosto, na rodoviária, um espaço de grande circulação e monitoramento. As pernas foram encontradas em dois trechos diferentes da Zona Sul. A cabeça
O suspeito foi identificado a partir de imagens de uma câmera de segurança do estabelecimento comercial. Em certo momento da gravação, ele é visto abaixando a máscara que usava e que aparecia vestindo no vídeo registrado na rodoviária da capital (veja abaixo).
Jardim é representado pela Defensoria Pública do Estado que, procurada pelo g1, informou que só se pronunciará nos autos do processo.
O Ministério Público (MP) vai analisar o inquérito e pode denunciar ou não o publicitário. Caso faça e o Judiciário aceite, ele começa efetivamente a ser julgado.
Vídeo mostra momento em que homem deixa corpo em mala na rodoviária de Porto Alegre
O depoimento
A repórter Adriana Irion, de Zero Hora, teve acesso à íntegra do depoimento com exclusividade. Jardim negou que tenha matado a mulher. Ele afirma que o combinado entre o casal era comemorar um ano do relacionamento.
Entretanto, quando chegou no quarto dela, teria encontrado a mulher “deitada na cama com o braço caído”, já morta, em 8 de agosto, e não soube como reagir. Já segundo a polícia, Jardim teria matado a mulher no dia seguinte.
“Ela estava imóvel, eu sacudi, chamei por ela e ela não respondeu nada. Aí eu fiz todo aquele procedimento que a gente faz: olha pulso, olha aqui, ouve, tenta ouvir a respiração, coração… Por último peguei o aparelhinho, botei no pulso dela”, relatou.
Ao ser questionado o que fez depois de encontrar a namorada morta, Jardim disse:
“Acertei ela na cama, botei o cobertor por cima, fechei a porta de novo e voltei para o meu quarto.”
No depoimento, o publicitário diz que pagou R$ 2 mil a um catador de material reciclável conhecido como “Binho”:
“Eu disse para ele [Binho] que eu botaria ele [o corpo] numa mala, mas eu não disse para ele picar ela, não disse para ele cortar a cabeça, eu disse para ele (…) cortar um pedaço da perna, uma coisa assim, para caber numa mala”, relatou.
Em outro trecho do depoimento, Jardim afirma que temia ser preso:
“Eu tinha medo de ser preso. Tinha certeza que ia ser preso. E, além disso, tinha medo de ser preso com a acusação de também ter matado ela. Sei lá pelo que, por envenenamento, por estrangulamento, não sei exatamente o quê.”
O publicitário disse ainda que a ideia era distribuir as partes do corpo de Brasília em vários locais da cidade, para dificultar o trabalho da investigação. E explicou por que escolheu a rodoviária como um desses locais:
“Pensei na rodoviária, recém foi reformada por causa da enchente, não deve ser tão aparente. Achava ela mau iluminada, complexa. Aí resolvi deixar, ‘vamos ver o que acontece, pelo menos vão encontrar um corpo, vai dar para enterrar, não é uma coisa que vou jogar no rio e vai sumir para todo o sempre'”, afirmou.
Ricardo Jardim, publicitário preso por suspeita de matar e esquartejar mulher em Porto Alegre
Reprodução
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Infográfico – Linha do tempo: homem preso após abandonar mala com corpo na rodoviária de Porto Alegre
Arte/g1
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