Data centers são alternativa para aproveitar excedente de energia renovável


Data Centers no Brasil são alternativa para uso de energia renovável excedente
Uma alternativa para aproveitar o excedente de energia renovável são os centros de processamento e armazenamento de dados: os data centers, que alimentam os sistemas de inteligência artificial como o ChatGPT, por exemplo. Nesta semana, o governo brasileiro editou uma medida provisória para atrair mais investimentos para esse setor.
Os data centers abrigam grandes servidores e funcionam como o coração da internet. Eles garantem a estrutura, por exemplo, para operações financeiras e para pesquisas em aplicativos de inteligência artificial.
O Brasil tem hoje 189 data centers, a maioria em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Impulsionado pelo aumento de serviços digitais e o avanço da computação em nuvem e da inteligência artificial, o setor cresce de forma acelerada. Mas, para fazer todo esse processamento de dados, precisa de muita energia.
Nos últimos dois anos, 40 novos data centers pediram autorização ao Operador Nacional do Setor Elétrico para serem ligados ao sistema – 30 conseguiram. Com uma previsão de demanda de 2,5 gigawatts de energia, quantidade capaz de iluminar mais de 2 milhões de residências por ano. Por isso, segundo o ONS, são necessárias novas soluções para atender à demanda, muito acima do padrão histórico.
O alto consumo gera preocupação ambiental. Especialistas alertam que o rápido crescimento de data centers deve considerar os efeitos sociais, ambientais e climáticos para o país. Para estimular o setor e, ao mesmo tempo, cuidar do impacto ambiental, o governo editou esta semana uma medida provisória com uma série de regras, entre elas o uso de energia renovável e limpa.
Hoje, o Brasil produz muita energia renovável do que precisa, o que pode sobrecarregar o sistema. Representantes do setor dizem que os novos projetos de data centers poderão absorver essa energia excedente, garantindo a eficiência operacional do sistema elétrico.
“A gente vai ter a oportunidade de estimular essa energia verde e completamente renovável e começar a ser realmente um grande player no mundo para isso. O Brasil pode ser para o mundo uma alternativa para, ao invés de sujar outras formas de combustível, como tem outros países que têm só 25% de energia renovável, o Brasil tem 89% e cada vez aumentando. Nós temos mais de 30 gigas de projetos aprovados, prontos de energia eólica e fotovoltaica, esperando para ser instalados, mas não tem consumo que justifique-os”, explica Renan Lima Alves, presidente da ABDC (Associação Brasileira de Data Centers).
Pelas novas regras da medida provisória, as empresas que vierem para o Brasil não vão pagar impostos sobre a compra de equipamentos. Em contrapartida, terão que investir em projetos de fortalecimento da indústria nacional e controlar o uso da água e energia. O governo espera atrair até R$ 2 trilhões em investimentos nos próximos dez anos.
“Então isso com certeza vai impulsionar não só processamento de IA, mas o processamento de dados em modo geral e o Brasil vai poder ser, passar ser um ator importante a nível global. Isso que, eu acho que é um ponto fundamental, a gente passar a ter um papel relevante dentro da economia digital do mundo”, comenta Affonso Nina, Brasscom.
Data Centers no Brasil são alternativa para uso de energia renovável excedente
Reprodução/TV Globo

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