De metalúrgica a cinema: veja quais são as empresas que mais devem imposto de serviço à Prefeitura de Piracicaba


Dedini Fundição fica na Rodovia Fausto Santomauro (SP-127), em Piracicaba
Edijan Del Santo/EPTV
A lista dos dez maiores devedores de Imposto Sobre Serviço (ISS), obtida pelo g1 por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI), inclui indústrias metalúrgicas, serviços de telecomunicações, construtoras e empresa de coleta de resíduos – veja tabela abaixo.
ISS: uma das fontes de receita para as prefeituras. O imposto é recolhido de empresas e pequenos prestadores de serviços e usado para financiar despesas e investimentos locais, como em educação, saúde, segurança pública e outros serviços essenciais à população.
O não pagamento do ISS é responsável por 51,20% da dívida ativa atual de Piracicaba, na casa de R$ 1,6 bilhão, informou a Prefeitura de Piracicaba em resposta a um requerimento da Câmara dos Vereadores em 30 de julho deste ano.
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O valor da dívida ativa total, que inclui o não pagamento de IPTU, taxas e multas por pessoas e empresas, está em R$ 3,2 bilhões. A dívida equivale, praticamente, ao orçamento do município para 2025, que foi fechado em R$ 3,3 bilhões.
Confira, abaixo, as dez empresas que mais devem ISS à Piracicaba. Os dados são de outubro de 2025:

Quatro dos dez maiores devedores estão com CNPJ em situação baixada, ou seja, finalizaram as atividades por conta própria ou falência.
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O que diz a prefeitura
Imagem aérea do prédio do Paço Municipal de Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba
A Procuradoria de Execuções Fiscais, na Divisão de Dívida Ativa, informou que as dívidas mencionadas estão em processos que envolvem cobrança administrativa, execução fiscal e suspensão por decisão judicial. A pasta não informou exatamente sobre a situação individual das dívidas aqui publicadas.
O que dizem as empresas
O g1 buscou ouvir a Dedini, a Tel Telecomunicações, Cine Araújo, Piracicaba Ambiental, Naval Equipamentos e BSB Piracicaba, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
O g1 não conseguiu contato com os responsáveis pela Construtora Guimarães Castro, Construtora Piracicaba e Empremil Montagens Industriais, que estão com CNPJ baixados.
Motivos
O economista José Augusto Ruas, da Faculdade de Campinas (Facamp) e do Instituto de Pesquisas e Estudos Econômicos e Sociais, explicou que inadimplência tributária pode ser resultado de uma empresa que está mal financeiramente ou de empresa que usa estratégias deliberadas de postergação ou evasão fiscal, ou seja, que não pagam impostos para liquidarem no futuro com programas de descontos.
“No caso da empresa com dificuldades financeiras, ela começa a ter que escolher o que vai pagar primeiro […] ela escolhe aquelas [despesas] que, em geral, garantem que ela continue funcionando no curto prazo, como pagar fornecedor ou funcionários, por exemplo, é fundamental para que ela consiga continuar produzindo. Já os impostos em geral podem tentar pagar depois, então essa é uma estratégia que não é incomum em empresas com dificuldade financeira”, afirma o economista.
No caso da segunda opção, o especialista afirmou que apenas um acompanhamento técnico e fiscal detalhado ao longo do tempo analisando lucros, patrimônios e comportamento contábil seria capaz de dizer se uma empresa utiliza estratégias de postergação ou evasão fiscal.
Alternativas para os municípios recuperarem créditos
O economista citou como alternativa a possibilidade de vender a dívida ativa para empresas especializadas em recuperação de crédito. A prática é conhecida como Securitização da Dívida Ativa. Assim, segundo Ruas, a administração pública receberia um valor menor e imediato, enquanto a empresa compradora lucra se conseguir reaver os valores devidos.
“Essa é uma das possibilidades. A outra é ter uma estratégia ativa de negociar com as empresas do seu município. Então, se a empresa já entra numa situação difícil, já tenta, de alguma maneira, negociar ou cobrar de maneira acelerada “, informa.
O especialista explicou que essa é uma das formas de aumentar a eficiência da arrecadação, pois quando a empresa entra em recuperação judicial ou falência, a prefeitura enfrenta grande dificuldade de receber os valores devidos. Em processos assim, trabalhadores e outros credores têm prioridade legal e o Estado costuma estar no fim da fila.
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