Demissões de nomes do Centrão e do PL só começaram e vão continuar

As demissões de afilhados do Centrão e do PL só começaram e vão continuar nos próximos dias, até atingir todos aqueles deputados que votaram contra o governo na derrubada da MP 1303. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tem o aval do presidente Lula para seguir na faxina do governo. Segundo ela, não faz sentido deputados que votam contra o governo sistematicamente permanecerem com indicações de cargos federais.
Gleisi Hoffmann não gosta do termo retaliação, diz que é uma reorganização da base, tirando cargos de quem faz oposição para entregá-los a quem é fiel ao Palácio do Planalto. Nesta linha, o Palácio do Planalto já demitiu um aliado do presidente do PP, Ciro Nogueira na Caixa, afilhados do presidente do PSD, Gilberto Kassab, em superintendências do Ministério da Agricultura, a irmão do líder do União Brasil, Pedro Lucas, que estava no Iphan, além de uma vice-presidência da Caixa nas mãos do PL de Bolsonaro.
Também perderam cargos deputados do MDB e do Podemos. “Só começou, não podemos ter no governo quem decidiu ser oposição”, diz um auxiliar de Gleisi Hoffmann. As demissões não vão afetar o governo no Congresso, segundo auxiliares de Lula, porque os que estão perdendo cargos já não votavam com o Palácio do Planalto.
O governo Lula sabe que não tem mais votos para aprovar uma PEC na Câmara dos Deputados, mas acredita ainda ter apoio para aprovar medidas provisórias e projetos de lei na Casa. Segundo cálculos da equipe da ministra de Relações Institucionais, o governo tem uma base assegurada de 190 votos. Calcula que, dos 67 que se ausentaram da votação da retirada de pauta da MP 1303, 55 seguiram um acordo com o governo.
O Palácio do Planalto teria de buscar pelo menos mais vinte votos, para ter uma margem de segurança acima dos 257 votos, metade mais um da Câmara. A diferença para esse número está na casa de 12 deputados. O governo acredita que chegará a esse número tirando cargos de deputados traidores e transferindo para parlamentares que votam com o governo. O teste da reorganização da base aliada já enfrentará seu primeiro desafio nesta quinta-feira, quando o Congresso Nacional vota o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias.
– Esta reportagem está em atualização

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