O presidente nacional do PT, Edinho Silva, admitiu, em entrevista ao Estudio i nesta quarta-feira (17), que alguns deputados do partido se comprometeram a votar a favor da PEC da Blindagem, em troca da derrota a proposta de anistia para os acusados pela trama golpista.
A votação da PEC que restringe a atuação da Justiça e do Ministério Público contra parlamentares dividiu a bancada do PT. Embora a maioria dos deputados do partido tenha se posicionado contra a proposta, parte da legenda votou a favor.
Edinho Silva, presidente nacional do PT
Reprodução/EPTV
“Muitos parlamentares já tinham avançado nas negociações e se comprometido a votar a favor da PEC [da blindagem] para que a anistia fosse derrotada”, afirmou Edinho.
Ele explicou que a decisão foi antecedida por intensos debates internos. Na manhã da votação, a Executiva Nacional do PT se reuniu para avaliar os cenários e concluiu que o maior risco era a aprovação da anistia, que, na visão da sigla, representaria “uma afronta às decisões da Suprema Corte” e um enfraquecimento da democracia.
Após dialogar também com representantes do governo, Edinho levou a discussão para as bancadas do partido na Câmara e no Senado. Segundo ele, embora a orientação oficial fosse contrária à PEC, parte dos deputados já havia firmado acordos de bastidores para votar a favor. “O centro do processo era a derrubada da anistia”, afirmou.