Tremane Wood, um americano de 46 anos, estava prestes a ser executado, quando o governador de Oklahoma concedeu clemência, evitando que ele recebesse a injeção letal.
O governador tomou a decisão, após a Junta de Indultos e Liberdade Condicional de Oklahoma recomendar, por 3 votos a 2, que a pena de Wood fosse reduzida para prisão perpétua.
Tremane já tinha feito sua última refeição quando os funcionários apareceram na porta de sua cela para comunicar a decisão do governador. Ao ouvir a notícia, ele caiu no chão, tomado pela emoção.
“Ele desabou no chão, tomado por emoção e gratidão ao governador Stitt por poupar sua vida, por lhe dar uma segunda chance e por fazer justiça pela primeira vez em 20 anos”, disse a advogada de Wood, Amanda Bass Castro-Alves.
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O caso
Tremane Wood foi condenado pelo assassinato de Ronnie Wipf, de 19 anos, esfaqueado durante uma tentativa de roubo em 2002.
Ele sempre afirmou que o verdadeiro autor do crime foi seu irmão, que morreu cumprindo prisão perpétua. Esta é a segunda vez, em quase sete anos de governo, que o governador Stitt concede clemência a um condenado.
“Essa decisão garante uma punição tão severa quanto a aplicada ao irmão, mantendo um criminoso violento longe das ruas para sempre”, afirmou o governador.
A ordem assinada por Stitt determina que Wood jamais poderá solicitar comutação, perdão ou liberdade condicional.
O procurador-geral de Oklahoma, Gentner Drummond, disse estar “desapontado” com a decisão, embora reconheça que cabia ao governador tomar essa medida.
A advogada de Wood, Amanda Bass Castro Alves, afirmou que ela e sua equipe estão “profundamente agradecidas”.
Americano de 46 anos é salvo momentos antes da pena de morte
AP
“Essa decisão atende ao desejo da família de Wipf e da vítima sobrevivente, e esperamos que lhes proporcione alguma paz”, declarou.
Vários legisladores republicanos também haviam pressionado Stitt a conceder clemência.
Na semana anterior, o Conselho de Perdão e Liberdade Condicional votou por 3 a 2 a favor da recomendação.
George Burnett, um dos promotores que atuaram no caso originalmente, disse estar preocupado com o peso que um conselho de apenas cinco membros pode ter em um processo discutido por mais de duas décadas. Ele afirmou ainda que as provas indicam que Wood foi quem realmente esfaqueou Wipf.
Além de insistir que o irmão de Wood era o verdadeiro assassino, Castro Alves afirmou ao conselho que o réu teve um advogado incompetente, que bebia excessivamente na época e trabalhou pouco no caso.
Ela também acusou os promotores de esconder dos jurados os benefícios concedidos a testemunhas em troca de depoimentos. A defesa havia recorrido à Suprema Corte dos EUA para suspender a execução, mas o pedido foi rejeitado.
Promotores descreveram Wood como um preso perigoso, envolvido com atividades de gangue e crimes dentro da penitenciária, como tráfico de drogas, uso de celulares ilegais e ordens de agressão a outros detentos.
Falando por videoconferência da Penitenciária Estadual de Oklahoma, em McAlester, Wood admitiu a má conduta na prisão e sua participação no roubo, mas negou ter matado Wipf.
“Eu não sou um monstro. Não sou um assassino. Nunca fui e nunca serei”, declarou.