No Dia de São Francisco, moradores de Divinópolis dão exemplo de solidariedade com animais de rua
Anna Lúcia Silva/g1
Neste sábado (4), é celebrado o Dia de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais e da natureza. Em Divinópolis, o exemplo do santo se reflete em moradores que transformam a vida de cães e gatos em situação de rua com gestos de solidariedade — de deixar água e ração a construir casinhas e acolher os animais.
🔎 São Francisco de Assis (1182-1226), nascido na Itália, é reconhecido pela Igreja Católica como padroeiro dos animais e do meio ambiente. Ele pregava que todas as criaturas revelam a presença de Deus e deixava lições de cuidado com a natureza muito antes do termo “ecologia” existir. Por isso, recebeu o título de padroeiro dos animais e do meio ambiente.
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No Bairro Elizabeth Nogueira, uma família instalou um reservatório de água e ração do lado de fora da casa, feito com canos de PVC. A ideia garante que os animais que passam tenham alimento e água a qualquer hora.
“Sempre tem um cachorrinho ou outro que já sabe e para pra matar a sede e comer. Os que descobrem ficam muito felizes e acabam voltando”, contou Tiago Alves Coelho, sobrinho do morador que fez os recipientes.
Na Rua Pitangui, comerciantes também aderiram à prática. No Restaurante Dom, por exemplo, dois recipientes com água e ração ficam sempre abastecidos, segundo os funcionários.
Além disso, quem circula por alguns bairros encontra até casinhas construídas para oferecer abrigo aos animais, especialmente durante o inverno, quando as noites frias se tornam um desafio para cães e gatos que vivem nas ruas.
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A médica Aline Cotta é um desses exemplos. Ela já improvisou casinhas com restos de entulho e, mais recentemente, investiu em abrigos de plástico para proteger os animais de rua.
Entre eles estão os cães Benji e Costella, que há anos vivem na porta da casa dela e acabaram conquistando não só o cuidado de Aline, mas também o carinho de toda a vizinhança.
Benji e Costella moram na rua e são cuidados por moradores em Divinópolis
Anna Lúcia Silva/g1
“Eles estão lá na porta de casa já tem uns quatro anos. No começo, fiz uma casinha com resto de material de construção, depois comprei uma de plástico grande e até chumbaram no chão para ninguém levar. A rua inteira já conhece o Benji e o Costella, são os fiéis escudeiros. Onde eu vou, eles vão atrás de mim, até parecem meus. Todo mundo ajuda a cuidar deles”, relatou.
Além dos dois cães, a médica também acolhe outros animais que aparecem na porta de casa e tenta encaminhá-los para adoção. Recentemente, chegou a resgatar até uma coruja-buraqueira ferida.
“Sou apaixonada pelos animais, sempre dou um jeito de ajudar. Se não posso ficar, coloco na internet para adoção ou aciono os órgãos responsáveis, no caso dos silvestres”, destacou.
Para a psicóloga Amanda Paz Amaral, essas ações têm um impacto que vai além do bem-estar dos animais.
“Quando cuidamos de um ser vivo indefeso, nos conectamos com nossa própria humanidade. Ajudar os animais desperta sentimentos de compaixão e generosidade, reduz o estresse e promove uma sensação de propósito. É uma via de mão dupla, pois quem acolhe também é acolhido emocionalmente”, explicou.
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