Sem acordo orçamentário, Casa Branca ordena shutdown federal
O dólar inicia a sessão desta quarta-feira (1º) com os investidores de olho na paralisação dos EUA. Já o Ibovespa , principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
O mercado começou o mês de outubro sob forte influência do cenário internacional. Nos Estados Unidos, a paralisação administrativa traz incertezas sobre a divulgação de indicadores importantes, enquanto no Brasil a agenda do dia combina dados econômicos e votação da isenção do IR no Congresso.
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▶️ Nos EUA, teve início à meia-noite desta quarta (1º) a paralisação administrativa, resultado do impasse entre democratas e republicanos no Congresso. O mercado acompanha de perto a duração do “shutdown”, já que um prolongamento pode adiar dados importantes antes da reunião do Fed no fim de outubro.
O Departamento do Trabalho americano informou que suspenderá quase todas as atividades, incluindo a divulgação do payroll de setembro, que estava prevista para esta sexta-feira. A ausência desse dado aumenta a incerteza nas projeções de juros americanos.
▶️ Mesmo com o shutdown, o calendário de hoje nos EUA segue carregado: emprego privado de setembro, PMI de indústria, gastos com construção, ISM da indústria, estoques de petróleo da AIE e discurso de Barkin, do Fomc.
▶️ No Brasil, destaque para o PMI da indústria de setembro e o fluxo cambial semanal, que ajudam a medir o humor dos investidores. Em Brasília, a Câmara vota hoje o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,29%;
Acumulado do mês: -1,83%;
Acumulado do ano: -13,87%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,54%;
Acumulado do mês: +3,40%;
Acumulado do ano: +21,58%.
Paralisação orçamentária nos EUA
O governo dos EUA entrou em paralisação nesta quarta-feira (1º) após o Congresso não conseguir aprovar um projeto orçamentário para estender o financiamento federal.
A paralisação, também conhecida como “shutdown”, é a 15ª desde 1981. No centro do impasse está a saúde. Os democratas afirmam que só aprovarão o orçamento se programas de assistência médica prestes a expirar forem prolongados.
Com o governo impedido de gastar, milhares de servidores públicos serão colocados em licença, enquanto outros, que trabalham em serviços essenciais, podem ter os salários suspensos.
Já os republicanos de Donald Trump defendem que saúde e financiamento federal sejam tratados separadamente. Eles acusam os democratas de usar o orçamento como moeda de troca para atender demandas próprias antes das eleições legislativas de 2026, que definirão o controle do Congresso.
Nas redes sociais, a Casa Branca confirmou a paralisação, que chamou de: “shutdown democrata”. Na terça-feira, republicanos e democratas trocaram acusações sobre quem seria culpado pelo shutdown.
A crise ganhou novos contornos com as ameaças do presidente. Trump afirmou que poderia “fazer coisas ruins e irreversíveis”, como demitir servidores e encerrar programas ligados aos democratas, caso o governo fosse paralisado.
“Vamos demitir muita gente. E eles serão democratas”, disse Trump na terça-feira.
Na segunda-feira (29), lideranças democratas e republicanas se reuniram com Trump na Casa Branca para tentar negociar uma saída. As conversas não avançaram, e ambos passaram a se acusar de forçar a paralisação do governo.
Na noite desta terça-feira (30), senadores tentaram aprovar o orçamento, mas a última proposta discutida recebeu apenas 55 dos 60 votos necessários.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos fecharam em alta, apesar da preocupação com a possibilidade de paralisação do governo.
O Dow Jones avançou 0,18%, o S&P 500 teve ganhos de 0,39% e o Nasdaq subiu 0,31%.
As bolsas europeias operam sem direção definida, refletindo a tensão causada por decisões políticas nos EUA, como as tarifas comerciais e o impasse sobre o orçamento do governo.
Entre os principais índices, o STOXX 600 recuava 0,06%. O DAX, da Alemanha, subia 0,10%, enquanto o FTSE 100, do Reino Unido, avançava 0,01%. O CAC 40, da França, caía 0,35%, e o FTSE MIB, da Itália, tinha leve alta de 0,01%.
Na Ásia, as bolsas fecharam com resultados mistos. Na China e em Hong Kong, os índices subiram, impulsionados pela expectativa de medidas de apoio à economia antes dos feriados. Esse otimismo ajudou a manter a sequência positiva dos últimos meses.
No fechamento, Xangai subiu 0,52%, o CSI300 avançou 0,45% e Hong Kong teve alta de 0,87%. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,25%. Seul recuou 0,19%, enquanto Taiwan subiu 0,94%. Cingapura teve alta de 0,46% e Sydney fechou com queda de 0,16%.
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters