Risco de paralisação nos EUA: reunião na Casa Branca termina sem acordo para aprovação do Orçamento
O dólar iniciou a sessão desta terça-feira (30) em queda, recuando 0,10% às 09h05, a R$ 5,3162. Já o Ibovespa , o principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
O dia é marcado pelos investidores atentos a uma série de indicadores no Brasil e no exterior. A possível paralisação do governo americano e os números do mercado de trabalho devem ditar o tom, enquanto por aqui os dados fiscais e do emprego completam a agenda.
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▶️ Nos EUA, cresce a expectativa em torno de um possível “shutdown” já a partir de amanhã (1º), diante da falta de acordo entre democratas e republicanos. Analistas avaliam que, desta vez, o impacto pode ser maior, dado o cenário de fragilidade econômica.
▶️ Ainda na agenda americana, às 11h saem os números das ofertas de emprego (Jolts) de agosto, indicador que mede a disposição das empresas em contratar. Mais tarde, às 17h30, será divulgado o relatório de estoques de petróleo bruto da API, com reflexo nos preços da commodity.
▶️ No Brasil, após o Caged ter apontado na véspera a criação de 147.358 vagas em agosto — o menor número para o mês desde 2020 —, o mercado aguarda às 9h a divulgação da taxa de desemprego.
▶️ Também nesta manhã, será conhecido o resultado primário de agosto, com expectativa de déficit de R$ 21 bilhões. Já às 14h30, o Tesouro apresenta o relatório mensal da dívida pública referente ao mesmo período.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,31%;
Acumulado do mês: -1,85%;
Acumulado do ano: -13,88%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,61%;
Acumulado do mês: +3,48%;
Acumulado do ano: +21,66%.
Boletim Focus
Os analistas do mercado financeiro reduziram as estimativas de inflação em 2025 e 2026.
As expectativas fazem parte do boletim “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central (BC), com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
➡️ A projeção de inflação do mercado para 2025 recuou de 4,83% para 4,81%,
➡️ Para 2026, a projeção recuou de 4,29% para 4,28%;
➡️ Para 2027, a expectativa continuou em 3,90%;
➡️ Para 2028, a previsão permaneceu em 3,70%.
A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu estável em 2,16%.
Para 2026, a projeção de crescimento do PIB continuou em 1,80%.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção permanece em 15% ao ano — atual nível da taxa básica de juros. Para o fim de 2026, a projeção continuou em 12,25% ao ano. Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado permaneceu em 10,50% ao ano.
Vendas pendentes de moradias nos EUA
A Associação Nacional de Corretores de Imóveis informou que o número de contratos assinados para compra de casas aumentou 4% no mês passado. Esse resultado foi bem acima do que esperavam os analistas, que previam uma alta de apenas 0,2%.
Na comparação com agosto do ano passado, o crescimento foi de 3,8%.
“As taxas hipotecárias mais baixas estão permitindo que mais compradores de casas assinem contratos”, disse o economista-chefe da associação, Lawrence Yun
O banco central dos EUA, o Federal Reserve, reduziu sua taxa de juros de referência este mês em 25 pontos-base, para o intervalo de 4% a 4,25%.
A taxa da popular hipoteca de 30 anos está próxima de uma mínima de 11 meses, segundo dados da agência de financiamento hipotecário Freddie Mac.
Apesar disso, o efeito positivo pode ser limitado pela piora no mercado de trabalho. Nos últimos três meses, o número médio de novos empregos foi de 29 mil por mês, bem abaixo dos 82 mil registrados no mesmo período do ano anterior.
Batalha orçamentária nos EUA
Com o orçamento do governo dos Estados Unidos prestes a expirar à meia-noite de terça-feira (30), republicanos e democratas no Congresso não dão sinais de chegar a um acordo sobre uma solução provisória que evite a paralisação.
O presidente Donald Trump marcou uma reunião com líderes do Congresso na Casa Branca nesta segunda-feira (29), em uma última tentativa de superar o impasse.
Os democratas, porém, indicaram que não pretendem aprovar o plano de curto prazo defendido pelos republicanos sem alterações.
Caso não haja consenso sobre uma nova lei orçamentária, a paralisação — que já ocorreu outras vezes no país — deve começar em 1º de outubro, e tudo aponta para esse cenário.
🔎 Se o Congresso não agir, milhares de funcionários do governo federal poderão ser dispensados, desde a Nasa até os parques nacionais, e uma ampla gama de serviços será interrompida. Os tribunais federais podem ter que fechar e os subsídios para pequenas empresas podem sofrer atrasos.
No entanto, essa disputa vai além do financiamento temporário. Trata-se da continuidade de um embate que começou quando Trump assumiu o cargo, em janeiro, e se recusou a liberar bilhões de dólares já aprovados pelo Congresso.
Os democratas querem usar a ameaça de paralisação para recuperar parte desses recursos e manter os subsídios de saúde que expiram no fim do ano.
Estão em jogo US$ 1,7 trilhão (cerca de R$ 9 trilhões) em gastos discricionários que mantêm as operações das agências e expiram no fim do ano fiscal, na próxima terça-feira, caso o Congresso não aprove a prorrogação.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados fecharam em alta nesta segunda-feira, com investidores avaliando o risco de uma possível paralisação do governo.
O Dow Jones subiu 0,15%, a 46.316 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 0,26%, a 6.661 pontos. O Nasdaq Composite teve ganhos de 0,48%, para 22.591 pontos.
As bolsas europeias fecharam em leve alta nesta segunda-feira, impulsionadas principalmente pelas empresas dos setores de saúde e de luxo. Entre as notícias corporativas, a companhia aérea Lufthansa anunciou que espera gerar mais de 2,5 bilhões de euros por ano em fluxo de caixa livre, estabelecendo metas de lucro de 8% a 10% nos próximos dois anos.
O índice geral das bolsas europeias, o STOXX 600, subiu 0,2%. Em Londres, o Financial Times avançou 0,16%, enquanto em Frankfurt o DAX teve leve alta de 0,02%. O CAC-40, em Paris, ganhou 0,13%. Já em Milão e Madri, os índices Ftse/Mib e Ibex-35 recuaram 0,22%. Lisboa foi destaque positivo, com o PSI20 subindo 0,36%.
Na Ásia, os mercados tiveram movimentos variados, mas no geral avançaram, impulsionadas por compras de ações de montadoras, empresas de energia solar e produtores de metais.
No fechamento, Xangai subiu 0,9% (3.862 pontos), o CSI300 avançou 1,54% (4.620 pontos), e o Hang Seng, em Hong Kong, subiu 1,89% (26.622 pontos).
Em outros mercados: Tóquio recuou 0,69% (45.043 pontos), Seul avançou 1,33% (3.431 pontos), Taiwan caiu 1,70% (25.580 pontos), Cingapura subiu 0,09% (4.269 pontos) e Sydney ganhou 0,85% (8.862 pontos).
Dólar
Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo