Dólar inicia o dia com foco em declarações de autoridades no Brasil e nos EUA


Após ligação com Lula, Trump diz que virá ao Brasil
O dólar inicia a sessão desta terça-feira (7) em alta, avançando 0,20% por volta das 09h05, cotado a R$ 5,3215. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Com poucos indicadores previstos para o dia, os investidores ficam atentos a falas importantes e decisões que podem influenciar os rumos da economia. No Brasil, o foco está na entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nos EUA, os discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ganham peso diante da paralisação do governo.
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▶️ No Brasil, a entrevista do ministro Fernando Haddad ao programa Bom Dia, Ministro será acompanhada de perto pelo mercado, especialmente após o contato entre Lula e Donald Trump.
▶️ Os investidores também estão de olho na votação da MP 1.303/2025, marcada para 14h30. A proposta trata da tributação de apostas, aplicações e ativos digitais, e precisa ser aprovada até amanhã (8) para não perder validade.
▶️ Nos EUA, com a paralisação do governo impedindo a divulgação de dados econômicos, os discursos de dirigentes do Fed ganham destaque. Raphael Bostic fala às 11h, Michelle Bowman às 11h05 e Stephen Miran às 11h45 e 17h05.
▶️ Ainda nos EUA, o Fed de Nova York divulga às 12h o índice de expectativas de inflação dos consumidores para setembro, estimado em 3,2%.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,47%;
Acumulado do mês: -0,22%;
Acumulado do ano: -14,06%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,41%;
Acumulado do mês: -1,80%;
Acumulado do ano: +19,39%.
EUA seguem em paralisação
A paralisação do governo dos Estados Unidos entrou em seu sexto dia nesta segunda-feira, com os republicanos do presidente Donald Trump e os democratas do Congresso ainda em um impasse e a Casa Branca ameaçando aumentar a pressão com demissões em massa de funcionários federais.
Os dois lados continuam sem acordo e trocando acusações sobre quem é responsável por não manter o funcionamento do governo após o início do novo ano fiscal, em 1º de outubro.
Questionado na noite deste domingo (5) sobre quando o governo começaria a demitir funcionários federais, o presidente Donadl Trump disse: “Está acontecendo agora mesmo”. Ele culpou os democratas pelo impasse, mas não entrou em detalhes sobre os planos de demissão.
A Casa Branca disse que milhares de pessoas poderiam ser demitidas se a paralisação persistir.
A paralisação já suspendeu pesquisas, divulgação de dados econômicos e o funcionamento de vários serviços.
Cerca de 2 milhões de servidores estão sem pagamento, e uma paralisação prolongada pode afetar viagens, distribuição de alimentos e até o funcionamento dos tribunais.
O Senado americano, liderado por republicanos, deve votar novamente medidas provisórias para financiar agências federais, mas nenhuma deve alcançar os 60 votos necessários.
Lula e Trump iniciam conversas
O presidente Lula participou de uma videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (6). As informações foram obtidas pela TV Globo.
A conversa, que durou cerca de meia hora, ocorreu no Palácio da Alvorada e contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Internacionais) e Sidônio Palmeira (Comunicação).
O encontro foi anunciado por Trump no mês passado, durante a Assembleia Geral da ONU, e acontece em meio à tensão comercial entre os dois países, após os EUA aplicarem uma tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros — o chamado “tarifaço”.
Segundo Haddad, a conversa foi positiva. Para o governo brasileiro, a aproximação pode ajudar a reduzir tensões e buscar soluções para os impactos das tarifas sobre a economia nacional.
Inflação é o destaque da semana no Brasil
Nesta semana, o destaque doméstico será o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro. Após a prévia da inflação apontar para uma alta de 0,48% no mês passado, os economistas também já projetam uma alta geral nos preços após fim do desconto na conta de luz.
O Banco Daycoval, por exemplo, projeta alta de 0,55% para o IPCA de setembro, enquanto a alimentação no domicílio, que caiu 0,83% em agosto, deve continuar em queda.
Também serão divulgados nesta semana a primeira prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de outubro e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de setembro, com projeções de estabilidade e alta de 0,39%, respectivamente.
Ambos são divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e medem a variação de preços em diversos setores da economia.
Boletim Focus
Nesta segunda, a agenda econômica foi mais leve, com destaque para a balança comercial de setembro e o Boletim Focus, divulgado nesta manhã pelo Banco Central brasileiro.
A pesquisa Focus mostrou recuo nas projeções do dólar para 2025 e 2026, agora em R$ 5,45 e R$ 5,53, enquanto as estimativas para IPCA e PIB praticamente não mudaram: inflação em 4,80% este ano e 4,28% em 2026, e crescimento do PIB em 2,16% e 1,80%.
As previsões para a Selic permanecem em 15% este ano e 12,25% no próximo.
Bolsas globais
Em Wall Street, as bolsas americanas fecharam sem direção única, influenciadas por negócios envolvendo inteligência artificial. O principal destaque foi o acordo entre AMD e OpenAI para fornecimento de chips. Apesar dos alertas sobre preços altos, especialmente no setor de tecnologia, o mercado segue em tendência de alta.
O S&P 500 subiu 0,36%, aos 6.740,28 pontos, e o Nasdaq avançou 0,71%, para 22.941,67 pontos. Já o Dow Jones seguiu em sentido contrário, com queda de 0,14%, aos 46.694,97 pontos.
Na Europa, os mercados conseguiram se recuperar após uma queda provocada pela renúncia inesperada do primeiro-ministro francês, Sebastien Lecornu. O avanço das ações de empresas de semicondutores, motivado pelo mesmo acordo que influenciou os EUA, ajudou a equilibrar o cenário.
O índice geral europeu STOXX 600 fechou estável, após ter atingido uma máxima histórica durante o dia. Em Paris, o CAC-40 caiu 1,36%, para 7.971,78 pontos.
Londres teve leve baixa de 0,13% (9.479,14 pontos), Milão recuou 0,26% (43.146,13 pontos), Madri perdeu 0,18% (15.556,70 pontos) e Frankfurt ficou estável (24.378,29 pontos).
Lisboa foi a exceção, com alta de 0,78%, fechando em 8.178,21 pontos.
Na Ásia, os resultados foram mistos. Em Hong Kong, os investidores aproveitaram os ganhos recentes para vender ações antes do feriado local, o que levou o mercado a cair pela segunda sessão seguida. Empresas de tecnologia e montadoras lideraram as perdas.
Por outro lado, mineradoras de ouro se destacaram, com alta expressiva após o metal atingir um valor recorde, impulsionado pela busca por segurança diante da instabilidade global.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,67%, fechando aos 26.957 pontos. Em Tóquio, o Nikkei teve forte alta de 4,75%, encerrando em 47.944 pontos. Cingapura subiu 0,22% (4.421 pontos), enquanto Sydney teve leve queda de 0,07% (8.981 pontos).
Os mercados de Xangai, Shenzhen, Seul e Taiwan permaneceram fechados.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik

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