TRE publicou nota desmentindo que falhas de segurança nas urnas eletrônicas mencionadas em vídeo
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Um vídeo no YouTube alega que o crime organizado estaria interferindo nos resultados das eleições do Brasil, por meio de uma alteração das urnas eletrônicas e da compra de votos em “regiões estratégicas”. É #FAKE.
selo fake
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🛑 O que diz a publicação?
Com 42 minutos de duração e mais de 40 mil visualizações, o vídeo foi publicado no YouTube em 16 de setembro e tem o seguinte título: “Como as ELEIÇÕES são MANIPULADAS pelo CRIME ORGANIZADO (A FRAUDE EXPOSTA)”.
O vídeo mostra uma sucessão de “fotos” de pessoas trabalhando em escritórios, homens engravatados em um corredor, uma cédula de dinheiro sendo passa de uma mão para outra e supostos policiais usando coletes com grafias erradas (“Poliisia Federal” e “Pollerila TSE”).
A narração do conteúdo tem uma voz masculina, que se apresenta como Carlos Eduardo Ferreira. No áudio, ele diz que teria trabalhado por 12 anos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na função de “coordenador técnico de manipulação eleitoral”, até se aposentar em junho de 2020, aos 40 anos.
Em nota divulgada em seu site, na qual desmentiu o conteúdo, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) informou: “Nos registros do TSE, não consta nenhum analista de sistemas com esse nome que tenha se aposentado nessa data e com essa idade” (veja detalhes abaixo).
O “esquema” citado na fake funcionaria por meio de alteração do programa das urnas eletrônicas e de um processo de compra de votos. Alegações sobre o funcionamento e segurança das urnas eletrônicas foram desmentidas pelo Fato ou Fake ao longo de todo o período eleitoral de 2022.
O narrador diz ainda que a manipulação era “sistemática e tecnologicamente sofisticada”, envolvendo “vulnerabilidades intencionais nos sistemas eleitorais” e a “alteração de software das urnas para favorecer candidatos específicos”, caracterizada como “hacking democrático em escala industrial”. Além disso, seria possível instalar versões modificadas do software em regiões estratégicas e sistemas que apagavam os rastros da manipulação.
A fake menciona que foram manipulados 5 milhões de votos em eleições nacionais, dos quais 2 milhões teriam sido em decorrência da alteração de urnas e 3 milhões seriam por atos de intimidação de eleitores, mesários e fiscais partidários. .
A trama permitiria, por fim, obter detalhes sobre financiamento de campanhas e candidatos — sendo que, na realidade, esses dados estão abertos para consulta pública.
⚠️ Por que isso é mentira?
O publicou uma nota em seu site desmentindo as alegações do vídeo sobre alterações de software das urnas e a lisura do processo eleitoral no Brasil. Veja ponto a ponto:
➡️ Softwares de urnas eletrônicas não podem ser mudados:
O TRE-SP diz: “Não é possível alterar os softwares que funcionam dentro da urna eletrônica. Há diversas camadas de segurança altamente sofisticadas que impedem qualquer tipo de fraude. Entenda aqui em detalhes como esse sistema de segurança funciona. E, mesmo que alguém conseguisse quebrar todas essas barreiras e fizesse alguma alteração nos programas, há um hardware dentro da urna, chamado módulo de segurança embarcado, que faz uma verificação assim que o equipamento é ligado. Se houver qualquer alteração, por menor que seja, a urna não funciona”
E complementa: “Além disso, é possível fazer diversas auditorias nas urnas antes, durante e depois da eleição. Uma delas é o Teste Público da Urna, em que especialistas em tecnologia da informação são convidados a tentar quebrar as barreiras da urna para identificar possíveis vulnerabilidades — até hoje, nunca foi encontrada nenhuma falha de segurança capaz de alterar o resultado da eleição. Desde 1996, quando as urnas eletrônicas foram usadas pela primeira vez, nunca foi comprovada nenhuma fraude”.
➡️ Sobre falsa ‘intimidação de mesários’:
O TRE-SP afirma: “Nem os mesários, nem os fiscais de partidos têm qualquer possibilidade de alterar os votos digitados na cabina pelas eleitoras e eleitores. O voto é sigiloso e não há como descobrir em quem cada pessoa votou”.
E complementa: “Para garantir ainda mais a segurança dos sistemas eleitorais, nenhum técnico do TSE tem acesso a todas as etapas do desenvolvimento dos programas. O conhecimento é compartimentalizado, impedindo que um eventual infiltrado seja capaz de tentar fraudar o sistema. As empresas que fornecem os equipamentos tampouco têm acesso aos programas que fazem a urna funcionar; elas fornecem apenas o hardware, não o software, desenvolvido pelo TSE”.
➡️ Sobre o funcionário que não existe:
O TRE-SP aponta para incoerências na fala desse narrador: “O vídeo fala que o susposto servidor teria coordenado a ‘operação nacional que elegeu simultaneamente governadores, senadores e deputados em 12 estados’ em novembro de 2020. Isso é incompatível com a data informada de aposentadoria dele, junho de 2020. E mais gravemente: as eleições de 2020 foram municipais, ou seja, foram eleitos somente prefeitos e vereadores”.
E complementa: “A voz do narrador também diz que em novembro de 2016 participou da operação que elegeu 15 prefeitos em cidades controladas por facções criminosa (sic), mas os dois turnos das eleições municipais de 2016 ocorreram em outubro”.
TRE publicou nota desmentindo que falhas de segurança nas urnas eletrônicas mencionadas em vídeo
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