Em Belém para a COP 30, Abdul Agan visita Basílica de Nazaré
O alpinista voluntário Abdul Agan, conhecido por atuar em operações de resgate no vulcão Rinjani, na Indonésia, emocionou fiéis e visitantes ao deixar um pedido simbólico diante da Basílica Santuário de Nazaré, em Belém, durante a passagem pela COP 30.
Agan ajudou a localizar e resgatar o corpo da brasileira Juliana Marins, de 24 anos, encontrada a cerca de 600 metros abaixo da trilha principal, após uma queda fatal na montanha asiática.
Na noite de 19 de novembro, Agan decidiu conhecer a Basílica de Nazaré, que abriga a imagem original de Nossa Senhora, encontrada pelo caboclo Plácido e é ponto central do Círio de Nazaré, considerada a maior procissão católica do mundo.
No pulso, ele carregava uma fita usada nas trilhas do Rinjani, um símbolo de força, proteção e conexão com a montanha. Diante da fachada do templo, leu em voz baixa a inscrição em latim que está no alto da igreja: “Santa Regina, mater misericordiae”, expressão que significa “Santa Rainha, mãe da misericórdia”.
Em seguida, rompeu a fita que o acompanhava desde a montanha indonésia, amarrou o pedaço entre as fitas deixadas por romeiros na grade em frente à Basílica e fez um pedido simples:
“Eu quero voltar ao Brasil.”
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Compromisso com a vida e com a natureza
Durante a COP 30, Agan contou que o trabalho voluntário nas montanhas não é apenas um ato de coragem, mas também um compromisso com a vida e com a natureza. Em conversa com a reportagem, ele falou sobre mudanças climáticas, sobre a necessidade de proteger ambientes frágeis e sobre o sonho de plantar árvores em áreas degradadas.
“Mesmo uma árvore pode fazer diferença. Ela dá sombra, protege o solo e pode ser o começo de uma floresta”, afirmou.
Para ele, preservar montanhas, florestas e demais ambientes naturais faz parte do mesmo impulso de cuidado que move quem participa de um resgate. “Quando a gente entra numa montanha para ajudar alguém, também está dizendo que aquela paisagem importa, que aquelas vidas importam”, disse.
A passagem de Agan por Belém foi marcada por encontros humanos e espirituais. Ele se disse tocado pela forma como foi acolhido no Brasil e pela mobilização em torno da história de Juliana, que uniu pessoas de países diferentes em um gesto de dor, solidariedade e cuidado.
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