
O jornalista Vladimir Herzog
Divulgação
A Universidade Federal do Pará (UFPA) realiza nesta segunda-feira (27), às 17h, no Espaço Lamparina Acesa, em Belém, a mesa “50 anos sem Herzog: Democracia e Liberdade”. A entrada é gratuita.
O encontro faz parte da programação do projeto Travessia e relembra cinco décadas da morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado por agentes da ditadura militar em 1975.
Participam da discussão o jornalista Anderson Araújo, mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto; a professora Rayza Sarmento, da Faculdade de Ciências Sociais e do PPGCP-UFPA; a professora Paloma Sá Simões, da Faculdade de Direito da FAMAZ e doutoranda em Direito pela UFPA; e o professor Ricardo Evandro Martins, da Faculdade de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFPA.
Durante o debate, os convidados vão refletir sobre o legado de Herzog e o papel do jornalismo e da academia na preservação da memória histórica e na defesa da liberdade. A proposta é revisitar essa página dolorosa da história brasileira para compreender as ameaças às liberdades civis nos dias de hoje.
“Lembrar Herzog é lembrar que a liberdade de expressão e o jornalismo livre são pilares da democracia. E que, sem memória, o autoritarismo encontra espaço para retornar”, destacou Ricardo Evandro Martins.
Já o jornalista Anderson Araújo reforçou a importância do tema na pauta contemporânea: “O jornalismo tem papel fundamental em manter a democracia e os direitos humanos no debate público. Ainda precisamos prestar contas com a história.”
Quem foi Vladimir Herzog
Vladimir Herzog nasceu em 27 de junho de 1937, em Osijek, então parte do Reino da Iugoslávia. Judeu e refugiado ainda criança com sua família, naturalizou-se brasileiro e construiu uma carreira marcada pelo compromisso com a verdade e a liberdade de expressão. Formado em Filosofia pela USP, atuou como jornalista, dramaturgo, cineasta e fotógrafo.
Nos anos 1970, dirigia o telejornalismo da TV Cultura e lecionava na Escola de Comunicações e Artes da USP. Em 25 de outubro de 1975, foi detido e morto nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo.
O caso, inicialmente forjado como suicídio, foi desmentido por provas e testemunhos, gerando comoção nacional e impulsionando o movimento pela redemocratização. Seu funeral ecumênico na Catedral da Sé tornou-se símbolo da resistência ao regime militar.
O legado do Prêmio Vladimir Herzog
Criado em 1978 durante o Congresso Brasileiro de Anistia, o Prêmio Vladimir Herzog reconhece jornalistas e artistas que promovem a defesa da democracia e dos direitos humanos. Em sua 47ª edição, em 2025, continua homenageando profissionais que, por meio do trabalho cotidiano, reforçam o compromisso com a verdade e a justiça social.
Serviço: Mesa de debate “50 anos sem Herzog: Democracia e Liberdade”
Local: Espaço Lamparina Acesa (Livraria Travessia)
Endereço: Av. Alcindo Cacela, 1404 – Umarizal, Belém
Data e hora: Segunda-feira, 27 de outubro, às 17h
Entrada franca
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