Entre o mistério e a música: Sarau Secreto faz edição no Rio e reúne artistas que passam pelo jazz, MPB, samba e gospel


Entre o mistério e a música: Sarau Secreto faz edição no Rio com jazz, MPB, samba e gospel
Imagine juntar 25 cantores aleatórios, com uma banda sem ensaio e oferecer um show que agrade mais de 700 pessoas. Parece arriscado, né?
Mas esse som, que acontece quando menos se espera e encanta uma plateia atenta, é exatamente o que rola no Sarau Secreto, um festival sociocultural, que reúne artistas locais, nacionais e internacionais em apresentações intimistas.
Na última semana, o Rio de Janeiro recebeu uma edição especial do Sarau Secreto, que aconteceu no Centro da capital, na terça-feira (7). Na ocasião, as dezenas de artistas entretiveram o público com apresentações que foram do jazz ao samba, passando pelo gospel, pop e MPB.
“E o mais legal é justamente essa espontaneidade. Já que não tem ensaio, tudo é resolvido ali na hora, através da nossa direção musical e, a partir daí, a mágica acontece”, ressalta o cantor e compositor Marvyn, um dos idealizadores do sarau.
Nesse evento participaram a cantora angolana Cecília Marcos, a cantora baiana Gabi Blue, além de Igor Carvalho, Iscarlett, Nat Telles, Becca Perret, Vitu voz, Ray Santana e Becca Perret.
Em outras edições do evento, no Rio e em outros estados, já passaram artistas como Sandra de Sá, Jotapê, Fat Family, Os Garotin e Luedji Luna.
Mas por que é secreto?
Edição do Rio do Sarau Secreto
Suelen Bastos/g1
O sarau ganhou o nome de secreto porque lá em 2022, quando ele foi criado, as apresentações aconteciam nas casas dos organizadores, em Brasília. E como ele já nasceu muito bem requisitado, as informações precisavam ser mantidas em segredo até pouco tempo antes do evento. Senão o risco de superlotação era grande.
As informações do evento (@osarausecreto), como data, hora e local, são reveladas alguns dias antes e as atrações só são anunciadas na hora. Segundo cantor e compositor Thiago Jamelão, um dos idealizadores do evento, o line-up é montado de forma orgânica. “Alguns artistas são convidados, outros vão chegando para compor o quadro e tudo é organizado ali na hora”, explica.
“O Sarau Secreto nasceu da necessidade que a gente tinha de tocar nossa música, num espaço que a gente não se via contemplado. E, hoje, temos uma média de 700 pessoas por sarau, mas já chegamos a 1.200. Às vezes mais, às vezes menos, porque o público também nos cobra um show mais intimista”, disse o músico e produtor Marcelo JM, um dos idealizadores do sarau.
Desde então o Sarau Secreto já passou pelo seu berço, Brasília, Rio de Janeiro e, acaba de desembarcar em Lisboa, em Portugal para a sua primeira experiência internacional.
O evento valoriza a diversidade, a representatividade e o acesso democrático à arte, com destaque para vozes negras.
Mas, mais que um festival, o Sarau Secreto é um movimento que faz da música um elo entre corpos, vozes e histórias. Não raro, alguns cantores trazem músicas autorais, algumas ainda nem lançadas. E para fazer tudo isso dar certo no ao vivo, é preciso estar preparado e ter um ouvido atento.
“Às vezes o artista toca o violão só para me dar o direcionamento. Ou então ele canta um pedaço no meu ouvido e eu repasso para a banta. Isso é muito doido, mas essa é justamente a mágica do Sarau Secreto”, explica o produtor e diretor musical Todd Henrique.

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