Estudante que denunciou médico por agressão em hospital está abalada: ‘Medo de represália’, diz marido


Médico suspeito de agressão a estudente de medicina já foi diretor do HRG
“Abalada” e com “medo de represália”. É assim que Marcello Batista descreve o emocional da esposa após levar um tapa no rosto dentro de um hospital no Tocantins. A vítima de 27 anos, que preferiu não se identificar, é estudante de medicina e denunciou a agressão por parte do médico Ronaldo Messias, que é seu professor.
O caso foi registrado dentro do Hospital Regional de Gurupi, onde a estudante faz o internato – uma parte do curso de medicina. Segundo a Polícia Civil, a agressão aconteceu depois que a aluna respondeu equivocadamente uma pergunta feita pelo professor.
“O que vem na cabeça da pessoa numa hora dessa é medo. Receio de voltar a acontecer, o medo de uma represália, mas a nossa rede de apoio tem sido forte. Ela está muito abalada, ninguém espera passar por isso em um ambiente escolar, um ambiente de trabalho. A gente tem que ser forte e a gente tem recebido muito apoio de amigos. Não é uma situação fácil, como esposo, como pai de menina, jamais queria passar por uma situação dessa”, contou o marido.
A defesa do médico informou que jamais agrediu ou tratou mal alguém e que a situação foi uma “demonstração prática de procedimento médico”. O profissional também afirmou que houve apenas um “leve toque com a mão no rosto da aluna” (veja a nota completa abaixo).
A situação foi registrada no dia 9 de setembro de 2025, na Central de Atendimento da Polícia Civil, onde foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência por lesão corporal.
Conforme o esposo, após o boletim de ocorrência a jovem passou pelo exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Também foram feitos pedidos para o afastamento do médico da Universidade de Gurupi (Unirg) e dos hospitais públicos onde atua, na rede estadual e municipal.
Espero as providências legais, que sejam feitas as apurações e a condenação desse cidadão para que ele não volte a cometer isso. Seja com quem for, seja com um aluno dele, seja com outro colega de trabalho, seja com um paciente, uma pessoa dessa precisa ser parada.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) foi questionada sobre o pedido de afastamento, mas disse apenas que o caso está sendo investigado em processo administrativo e que orientou, emergencialmente, que direção da unidade remova o servidor para outra ala. O g1 questionou também a Unirg, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
Agressão na UTI
Hospital Regional de Gurupi
André Araújo/Governo do Tocantins
Conforme relatado pela vítima e uma testemunha no boletim de ocorrência, a estudante de 27 anos estava na sala da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital quando o médico chegou e, após um breve diálogo, desferiu um tapa em seu rosto. A Polícia Militar foi chamada e os dois foram levados à delegacia.
O médico informou, em nota, que outras pessoas presentes na sala poderão confirmar que não houve violência.
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O Conselho Regional de Medicina do Tocantins afirmou, que instaurou sindicância para apurar detalhadamente o ocorrido, assegurando o devido processo legal e as providências cabíveis.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou ter solicitado relatórios oficiais e determinou a abertura imediata de processo administrativo para a apuração dos fatos e as medidas legais cabíveis. A pasta afirmou, em nota, que não compactua com quaisquer atos de violência ou postura que difere do respeito e relacionamento cordial, nas unidades sob sua gestão.
A coordenação do curso de medicina da Universidade de Gurupi (Unirg) informou que serão adotadas medidas administrativas “para rigorosa apuração dos fatos em observância aos princípios da ética, respeito e proteção integral dos estudantes, professores e servidores.”
Íntegra da defesa do médico
O médico Dr. Ronaldo, com mais de 14 anos de exercício profissional, vem a público, por meio de sua defesa, esclarecer os fatos recentemente divulgados pela mídia a respeito de suposta agressão a uma estudante de medicina no ambiente hospitalar.
Primeiramente, é importante destacar que o Dr. Ronaldo jamais agrediu ou tratou mal qualquer pessoa, seja em sua vida pessoal ou em sua trajetória profissional. Durante todos esses anos de dedicação à medicina, não há qualquer registro de conduta que desabone sua postura ética, responsável e respeitosa.
O episódio noticiado não corresponde à realidade. Em momento algum houve agressão. O que de fato ocorreu foi uma demonstração prática de procedimento médico, ocasião em que, de maneira técnica e sem qualquer força ou intenção de ofender, houve apenas um leve toque com a mão no rosto da aluna.
É relevante frisar que havia diversas pessoas presentes no local, que testemunharam a cena e poderão confirmar que não houve violência. A defesa já requereu a oitiva dessas testemunhas, bem como a análise das imagens das câmeras de segurança da unidade, as quais comprovarão que o fato não ocorreu da forma como foi noticiado.
O Dr. Ronaldo está absolutamente tranquilo quanto à sua conduta e à sua índole, aguardando serenamente que este mal-entendido seja esclarecido, reafirmando seu compromisso com a medicina, com seus pacientes e com a verdade.
Rayfran Vieira – Advogado
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