
Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, participa de negociações comerciais com a China
Nathan Howard/File Photo/Reuters
As principais autoridades econômicas da China e dos Estados Unidos concordaram com a estrutura de um acordo comercial neste domingo (26).
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent , e o representante comercial Jamieson Greer se encontraram com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, e o principal negociador comercial, Li Chenggang, à margem da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) em Kuala Lumpur. Essa foi a quinta rodada de discussões presenciais desde maio.
“Acredito que temos uma estrutura muito bem-sucedida para os líderes discutirem na quinta-feira”, disse Bessent a jornalistas neste domingo.
O presidente norte-americano, Donald Trump, deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, na próxima quinta-feira, na Coreia do Sul — a última parada do republicano em sua viagem pela Ásia.
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Mais cedo, Trump chegou a afirmar que estava otimista com a possibilidade de um acordo com a China, reiterando que espera um encontro “muito justo” com Xi na próxima semana.
Em entrevista ao programa “Meet the Press”, da NBC, Bessent previu ainda que o acordo adiaria os controles expandidos de exportação da China sobre minerais de terras raras e ímas, e evitaria uma nova tarifa de 100% dos EUA sobre produtos chineses.
Segundo o secretário do Tesouro norte-americano, os dois líderes ainda devem discutir a compra de soja e produtos agrícolas de agricultores dos EUA, um comércio mais equilibrado entre os dois países e a resolução da crise do fentanil, que foi base das tarifas de 20% sobre produtos da China.
Li, da China, disse que ambos os lados chegaram a um “consenso preliminar” e que em seguida passarão por seus respectivos processos internos de aprovação.
“A posição dos EUA tem sido dura”, disse Li. “Temos vivenciado consultas muito intensas e nos envolvido em trocas construtivas na exploração de soluções e arranjos para abordar essas preocupações.”
Trégua comercial
Ambos os lados estão tentando evitar uma escalada na guerra comercial depois que Trump ameaçou impor novas tarifas de 100% sobre produtos chineses e outras restrições comerciais a partir de 1º de novembro, em retaliação aos controles expandidos da China sobre exportações de ímãs e minerais de terras raras.
Pequim e Washington revogaram a maioria de suas tarifas de três dígitos sobre os produtos um do outro sob uma trégua comercial, que deve expirar em 10 de novembro.
Bessent disse que a trégua pode ser estendida, dependendo da decisão de Trump, marcando uma segunda extensão desde que foi assinada pela primeira vez em maio.
Pontos de discussão
Embora a Casa Branca tenha anunciado oficialmente as aguardadas conversas entre Trump e Xi, Pequim ainda não confirmou se os dois líderes se encontrarão.
À margem da Cúpula da Asean, Trump sugeriu possíveis reuniões com Xi na China e nos Estados Unidos.
“Combinamos de nos encontrar. Vamos encontrá-los mais tarde na China e nos encontraremos nos EUA, em Washington ou em Mar-a-Lago”, disse ele.
Entre os pontos de discussão de Trump com Xi estão as compras chinesas de soja dos EUA, preocupações sobre Taiwan, governada democraticamente e vista por Pequim como seu próprio território, e a libertação do magnata da mídia de Hong Kong, Jimmy Lai, que está preso.
A detenção do fundador do extinto jornal pró-democracia Apple Daily se tornou o exemplo mais notório da repressão da China aos direitos em Hong Kong.
Trump também disse que buscaria a ajuda da China nas negociações de Washington com a Rússia, enquanto a guerra de Moscou na Ucrânia continua.