Hiago Michael Polese
Reprodução/ Redes Sociais
Um esquema de desvio de recursos envolvendo a Associação dos Universitários de Nova Petrópolis (AUNP) levou ao decreto da prisão preventiva do ex-presidente da entidade, Hiago Michael Polese, de 21 anos, que está foragido.
Segundo as investigações, o esquema teria causado um prejuízo superior a R$ 430 mil, valor que ainda está sendo consolidado.
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A operação policial que apura o caso, batizada de “Rota Desviada”, foi deflagrada na quinta-feira passada (11), mesmo dia do decreto da prisão. O trabalho é resultado de um inquérito que apura irregularidades na gestão da AUNP, entidade responsável por administrar uma parceria público-privada com a Prefeitura de Nova Petrópolis, Serra do RS, para subsidiar o transporte de estudantes universitários.
A ação cumpriu sete mandados de busca e apreensão em quatro cidades: Nova Petrópolis e Linha Nova, no Rio Grande do Sul, e Maringá e Flórida, no Paraná.
A reportagem não localizou a defesa de Polese e mantém espaço aberto para posicionamento. O g1 também contatou a prefeitura de Nova Petrópolis, mas não obteve retorno até a publicação.
Modus operandi
A fraude veio à tona após uma fiscalização de rotina realizada pelo gestor de parcerias da prefeitura, que identificou falhas na contabilidade da associação, como saldo inicial incompatível e ausência de depósitos referentes à contrapartida da entidade.
De acordo com os dados apurados pela polícia, o desvio funcionava da seguinte maneira:
O dinheiro envolvido no esquema vinha das mensalidades pagas pelos estudantes associados à AUNP;
Os valores eram inicialmente depositados na conta de arrecadação da associação;
Antes que os recursos fossem transferidos para a conta específica da parceria público-privada, que é monitorada pelo poder público, os valores eram desviados;
O montante era sistematicamente redirecionado para fins não autorizados, sem passar pelo controle previsto na parceria com a Prefeitura.
Além disso, conforme a polícia, há suspeitas de superfaturamento nos boletos cobrados dos estudantes, com valores inflacionados artificialmente para gerar excedentes ilícitos. Outro ponto investigado é a possível simulação de despesas operacionais, justificadas por documentos fiscais inconsistentes, com o objetivo de encobrir saídas de caixa não autorizadas.
O esquema comprometeu diretamente o orçamento dos estudantes e agravou a situação financeira da associação, que acumulou dívidas com fornecedores. Embora os desvios não tenham atingido diretamente os repasses municipais, a manipulação dos custos totais do transporte afetou a base de cálculo da subvenção pública, o que também está sendo analisado pela polícia.
Foragido
Durante a operação, foram apreendidos documentos da AUNP e equipamentos eletrônicos em endereços ligados ao investigado e à sua empresa de marketing digital. No entanto, Hiago Polese não foi localizado.
De acordo com a apuração policial, ele teria deixado um dos locais investigados na véspera da ação.
Há também indícios de que provas foram destruídas, o que reforçou o pedido de prisão preventiva, já autorizado pelo Poder Judiciário e registrado no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). A liminar de habeas corpus solicitada foi negada.
Informações sobre a localização do foragido podem ser repassadas de forma anônima pelo Disque-Denúncia 181 ou pelo WhatsApp funcional da delegacia: (54) 98122-6666.
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