Exportação de soja brasileira para China aumenta com guerra tarifária dos Estados Unidos


Guerra tarifária entre EUA e China faz crescer interesse chinês pela soja do Brasil
A guerra tarifária entre Estados Unidos e China fez crescer o interesse chinês pela soja do Brasil.
A soja brasileira é a principal matéria-prima de uma indústria chinesa. O diretor da empresa explica que o teor de proteína é superior a de outros países. O grão está na base alimentar dos chineses, como o tofu, que se parece com o queijo fresco de leite, mas é feito a partir do leite de soja.
A China é o maior importador mundial do grão. O Brasil é quem mais envia o produto para o país asiático. Os Estados Unidos, que estavam na segunda posição do ranking, pela primeira vez, em sete anos, não embarcaram, em setembro – mês de início da colheita por lá – nenhum navio com soja para os portos chineses.
A explicação está na guerra tarifária. Em abril, a China impôs uma tarifa de 20% sobre o produto americano, em resposta às medidas comerciais adotadas pelo presidente Donald Trump. Em maio, as compras de soja dos Estados Unidos pelos chineses foram suspensas, e o interesse pelo grão brasileiro aumentou.
“Nós acabamos de entregar uma safra que foi gigantesca. Estamos falando aí de 171 milhões de toneladas, que é uma safra recorde, a maior safra de soja da nossa história. Então, a gente tem ali o maior comprador do planeta colocando restrições para aquisição desse produto do nosso maior concorrente, ok”, diz Felippe Serigatti, pesquisador FGV Agro.
Exportação de soja brasileira para China aumenta com guerra tarifária dos EUA
Jornal Nacional/ Reprodução
Só em setembro, o Brasil enviou quase 11 milhões de toneladas do grão para a China. Cerca de 30% a mais que no mesmo período de 2024. O volume representa 85% do que os chineses adquiriram no mês. A Argentina e o Uruguai também aumentaram as vendas para os asiáticos. Cenário positivo para quem cultiva e comercializa soja brasileira.
“A soja é uma commodity. Então, a gente não coloca preço nesse produto. E, para fazer com que esse preço melhore, a gente tem que ter quem compra. Então, esse aumento do consumo da China é importante para que a gente continue crescendo. A China consumindo menos dos Estados Unidos, olhando mais para a América do Sul, a gente consegue vender melhor a nossa soja”, afirma Deise Bissoni, diretora de finanças de grupo agrícola.
LEIA TAMBÉM
Com preferência chinesa à soja do Brasil do que a dos EUA, vendas batem recorde anual já em outubro, diz setor
China deixa de comprar soja dos EUA, e agricultores americanos veem Brasil como principal ameaça

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *