Mudança na contratação de médicos em Natal
O Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, registrou a suspensão de mais de 50 cirurgias entre terça-feira (2) e quinta-feira (4) devido à paralisação de médicos em unidades conveniadas com a Prefeitura de Natal. Apenas o atendimento ambulatorial, que realiza consultas e tratamentos clínicos, não foi afetado.
Segundo Paulo Xavier, superintendente do hospital, 26 cirurgias foram canceladas na terça-feira e, na quarta, foram 13 cancelamentos. Nesta quinta-feira, a instituição informou que mais 12 procedimentos precisaram ser cancelados, totalizando 51 cirurgias afetadas em três dias.
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O diretor esclareceu que apenas cirurgias de urgência estão sendo realizadas, como algumas neurocirurgias, já que o hospital não possui pronto-socorro.
O hospital reforçou que, até o momento, nenhum cirurgião pediátrico das empresas contratadas pela prefeitura se apresentou para retomar os atendimentos.
“Nós estamos esperando que isso se defina e que cheguem os profissionais para realizar os procedimentos aqui dentro”, explicou.
Entenda o caso
Em maio deste ano, a SMS anunciou a contratação, por dispensa de licitação, de empresas especializadas na prestação de serviços médicos para atuar de forma complementar em urgência e emergência nos CAPs, UPAs, policlínicas, UBSs e outros serviços habilitados ao SUS.
A pasta afirmou que o procedimento tinha caráter “excepcional e temporário”, com duração de 12 meses, podendo ser encerrado caso fosse concluído um processo licitatório definitivo.
Os contratos emergenciais foram assinados por um ano, com valor de R$ 208 milhões, e dividem a cobertura médica entre duas empresas: Justiz e Proseg. Eles foram firmados sem licitação e chegaram a ser suspensos pela 6ª Vara da Fazenda Pública, mas a Prefeitura manteve a execução após decisão em segunda instância.
Na segunda-feira (1), os problemas começaram a aparecer nas unidades de saúde da capital. O secretário Geraldo Pinho afirmou que, além de problemas nas escalas das empresas contratadas, médicos foram pressionados pelo Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) e pela Coopmed, antiga prestadora do serviço, a não assumir os atendimentos.
Com o impasse entre a prefeitura e os plantonistas, um grupo de médicos realizou protesto em frente à sede da administração municipal, cobrando transparência na troca de contratos, pagamento de atrasados e realização de concurso público.
Hospital Infantil Varela Santiago em Natal
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
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