A falta de trabalhadores no comércio brasileiro é a maior dos últimos cinco anos
A falta de trabalhadores no comércio é a maior dos últimos 5 anos, aponta levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Para atrair profissionais, as empresas estão oferecendo mais benefícios.
Não tem nem três meses que o Nicolas está trabalhando em uma empresa de logística, na Grande São Paulo, e ele já está cheio de planos: ele quer cursar a faculdade de logística, disse.
A empresa, que recebe 1 milhão de pacotes por dia, está apostando em mão de obra jovem para tentar preencher cerca de 60 vagas.
Um levantamento da CNC aponta falta de mão de obra em 57 das 100 principais profissões do varejo.
A empresa em que a Bruna Campos, gerente executiva de RH, trabalha, entrou em alerta para a falta de profissionais há quatro meses. E, para atrair candidatos, passou a oferecer vários atrativos, como salários maiores e vale-alimentação dobrado para quem não falta no mês. “Ainda assim está difícil”, diz.
O problema atinge principalmente o comércio eletrônico, como explica o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.
“Nos últimos 12 meses o salário médio de admissão no Brasil cresceu mais de 5%. E a gente tem algumas profissões no comércio em que esse salário de admissão chegou a crescer quase 10%. Ou seja, um indício fortíssimo de escassez. É uma forma que o empregador tem de tentar resolver o problema dele de uma forma mais rápida”, afirma o economista.
O profissional que mais falta no mercado é operador de telemarketing. O salário inicial subiu quase o dobro da inflação dos últimos 12 meses. Depois vêm analista de pesquisa de mercado e analista de negócios, que também tiveram alta nos salários.
O que vai requerer mais tempo, segundo o economista-chefe da CNC, é a solução para a falta de mão de obra no setor.
“Só vai conseguir resolver esse problema de escassez, promover essa transição do mercado de trabalho analógico para o digital, elevando o grau de qualificação dos trabalhadores”, afirma o economista.
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