“Eis o livro mais violento da literatura contemporânea [?]. Heliogábalo não é apenas o imperador depravado da Roma putrefata do século 3, entregue aos vícios e à loucura, mas também o primeiro herói infernal [?], encarnação do mito hermafrodita [que] viveu até o extremo o drama do confronto entre o mundo greco-latino e a Barbárie [?]. Trata-se de um texto verdadeiramente iniciático [?]. Quem não leu ‘Heliogábalo’ não chegou ao fundo da nossa literatura selvagem”, sentenciou em 1979 J.M.G. Le Clézio, prêmio Nobel de Literatura, sobre “Heliogábalo ou o Anarquista Coroado”, ensaio literário de Antonin Artaud, publicado em 1934, oito anos antes de Jean Genet escrever sua própria versão do herói infernal, na prisão, onde cumpria pena por roubo de livros.
Leia mais (09/05/2025 – 10h00)