Fuga de Doca, braço-direito e operador financeiro presos: o impacto da megaoperação na cúpula do CV


Não conseguimos pegar o Doca, diz secretário sobre líder do CV após ação mais letal do RJ
A megaoperação das forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, registrou, entre 113 presos, Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, um dos chefes do Comando Vermelho da região.
Outro capturado é Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de um dos altos chefes do CV, Edgar Alves de Andrade, o Doca.
Há ainda chefes da facção em outros estados como Alan Barbosa Fonseca, de Feira de Santana, na Bahia, e integrantes do Pará, Pernambuco e Maranhão. No total, 33 presos são de outros estados.
Doca escapou
Disque Denúncia aumenta valor prela prisão de Doca, líder do Comando Vermelho
O principal alvo da ação, Edgar Alves Andrade, apontado como principal chefe do CV na rua está foragido. A polícia tem informações de que o criminoso estava na região, a Serra da Misericórdia e fugiu com a chegada dos policiais.
“O Doca, nós não conseguimos pegar nesse primeiro momento porque é uma estratégia que eles fazem. Essa liderança, principalmente a liderança do Doca, o que eles fazem? Ele bota os soldados como mais uma barreira para poder facilitar a sua prisão, a gente tem toda essa dificuldade”, afirmou Santos, em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews.
O governo do estado oferece recompensa de R$ 100 mil para quem der informações, via Disque Denúncia, que ajudem a capturá-lo. Há 20 mandados de prisão em aberto contra Doca, apontado como um dos chefes do CV, alvo da megaoperação.
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Doca nasceu na Paraíba e foi criado na Vila Cruzeiro, na Zona Norte do Rio. Fugitivo do sistema carcerário, Doca é investigado por mais de 100 homicídios, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores, segundo o Disque Denúncia.
Traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca
Reprodução
Em outubro de 2023, Doca foi apontado como o mandante da execução de três médicos e da tentativa de homicídio de um quarto homem na Barra da Tijuca, na Zona Sudoeste do Rio. As vítimas participavam de um congresso de medicina e foram confundidas com milicianos de Rio das Pedras.
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Identificação dos mortos
De acordo com o secretário, o governo do estado não tem a identidade de todas as pessoas mortas durante a operação. Segundo ele, os dados e as informações estão em processo de contabilização.
“A consolidação a gente só vai ter mais tarde porque a quantidade de criminosos neutralizados é grande, precisam ser identificados e precisa ter um processo que não é muito rápido. A primeira fase do reconhecimento é a família pleitear seu parente e ir reconhecer”, disse.
Megaoperação no Rio provocou recorde de mortes
EPA via BBC
Ao mesmo tempo que não tem a identificação geral, afirmou Santos, o governo ainda não é capaz de afirmar quantas pessoas presas ou mortas estavam nos mandados de prisão emitidos para serem cumpridos durante a operação.
“O que posso afirmar é que os mandados de busca e apreensão, todos eles, foram cumpridos. Os mandados de prisão é que não consigo dizer agora quantos desses presos ou neutralizados fazem parte dos mandados”, disse.
Operação policial mais letal do RJ
Nesta quarta-feira (29), o governo do RJ confirmou ao menos 121 mortos na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho.
De acordo com o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, as vítimas são 117 suspeitos e 4 policiais. Foi a operação mais letal da história do estado.
Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, afirmaram ter encontrado pelo menos 74 corpos, que foram levados para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais da região, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29). Curi disse que foram 63 corpos achados na mata.
Entenda os números divulgados até agora:
O governo havia informado em balanço na terça que havia 64 mortos, sendo que 4 eram policiais civis e militares.
Mas, na manhã desta quarta, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) só confirmou oficialmente 58 mortos, sendo que eram 54 criminosos. Ele não esclareceu por que o número do balanço de ontem foi alterado.
Em coletiva, a cúpula da segurança do RJ atualizou os números: 4 policiais e 117 suspeitos mortos.
Moradores afirmam ter encontrado 74 mortos na mata, que foram levados uma praça na Penha. Secretário da Polícia Civil fala em “63 corpos achados na mata”.
Haverá uma perícia para ver se há relação entre essas mortes e a operação.
Curi disse também que foram 113 presos, 33 de outros estados, como Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco.
‘Muro do Bope’: a estratégia da polícia contra os bandidos na área de mata entre a Penha e o Alemão.
Arte/g1

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