Global Citizen Amazônia: veja como foi festival em Belém


Belém vira palco de show global pela Amazônia, às vésperas da COP30
Marcado com discursos contra o garimpo ilegal, desmatamento e exploração de petróleo na Foz do Amazonas, o “Global Citizen Festival: Amazônia” reuniu milhares de pessoas no estádio do Mangueirão na noite deste sábado (1º) em Belém.
Esta também foi a primeira edição do festival na América Latina e antecede a COP 30 – 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que será neste mês na capital paraense. Envolvidas nos preparativos para o evento da Onu, a primeira-dama Janja da Silva e as ministras dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; e do Meio Ambiente, Marina Silva, também marcaram presença no Global, que teve a COP e a floresta como elo entre as apresentações e os discursos.
“Tenham um bom encontro mundial aqui em Belém”, desejou Gilberto Gil, sobre a COP, ao encerrar seu show.
Além do cantor baiano, o público assistiu aos shows de Chris Martin, Charlie Puth, Seu Jorge, Gaby Amarantos, Viviane Batidão, além de Anitta, que se apresentou até o início da madrugada deste domingo (2). Artistas regionais como Kaê Guajajara, indígena do Maranhão, e Arraial do Pavulagem, grupo tradicional de Belém, também subiram ao palco (veja mais abaixo).
Os shows com repertório curto de três a quatro músicas foram intercalados com discursos de defensores de causas ambientais e de diferentes lideranças indígenas, que subiram ao palco para defender a necessidade de preservação das florestas, incluindo a paraense Juma Xipaya.
Global Citizen em Belém
Juliana Bessa/g1
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Gaby Amarantos e fãs comentam: ‘Não manda foguinho para a Amazônia, não’
Belém vira palco de show global pela Amazônia às vésperas da COP30
Quem são paraenses que subiram ao palco do Global
No palco do Global Citizen, Juma Xipaya fez fortes falas contrárias à exploração de petróleo na Foz do Amazonas e ao garimpo ilegal, principalmente em terras indígenas.
Defensora da autonomia dos povos indígenas há mais de 16 anos, Juma é cacique e denunciou em 2022 uma invasão de garimpeiros no território Xipaya. A denúncia resultou em operação da PF na área distante cerca de 400 quilômetros do centro de Altamira, sudoeste do Pará. Juma também foi secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas do governo federal.
Além de ativistas, artistas tradicionais da Grande Belém, como Arraial do Pavulagem, marcaram presença. Patrimônio cultural do Brasil, o Arrial subiu ao palco do Global Citizen com muita música, dança, o colorido de suas fitas e o conhecido boi azul, em alusão ao boi bumbá.
Arraial do Pavulagem mostrou tradição com boi que é patrimônio brasileiro no palco do Global Citizen
Marcus Passos/g1
O Arraial é tradicional na capital paraense e reúne elementos culturais de roda de boi nas ruas da capital paraense aos domingos de junho.
Shows
Veja momento em que Rodrigo Santoro anuncia Chris Martin no palco do Global Citizen
Anunciado pelo ator Rodrigo Santoro (veja no vídeo acima), Chris Martin, um dos artistas mais esperados da noite, arriscou palavras em português e fez um dueto com Anitta.
Chris arrancou um coral do público, que também iluminou as arquibancadas do estádio olímpico do Pará com lanternas de celular. O mesmo ocorreu nas músicas de Charlie Puth, que encantou com sua afinação e habilidade no piano.
Charlie Puth encantou público em Belém
Valéria Martins/g1
Global Citizen reúne multidão em Belém
Reprodução
Gilberto Gil, com seu violão, fez os paraenses dançarem animados, incluindo Tempo Rei e Toda Baiana, junto de sua banda com integrantes da família. Logo depois, Seu Jorge encantou com sua elegância e banda completa. Chris Martin também tocou com o brasileiro. Anitta foi a última a se apresentar.
A apresentação no evento entre os discursos e artistas ficou com Regina Casé, Mel Fronckowiak, Hugo Gloss e Isabelle Nogueira, com participações especiais de Rodrigo Santoro e Estêvão Ciavatta.
Fora do palco também havia atrações, como uma exposição do Jaguar Parade, com esculturas de onças-pintadas feitas por artistas amazônicos, e “árvores artificiais”.
Ao menos três dessas árvores foram implantadas nos acessos ao show, no estacionamento do estádio Mangueirão: uam delas era feita por grande quantidade d elixo eletrônico. Outras duas faziam alusão a stens da cultura indígena na Amazônia, como telhados e objetos com palha e cuias.
“Árvores artificiais” foram implantadas nos acessos ao show do Global Citizen
Valéria Martins/g1
Arrecadação de R$ 1 bilhão
O evento tinha uma meta de mobilizar pelo menos US$ 1 bilhão para ações de plantio, restauração e renaturalização da Amazônia antes da COP 30.
Apesar de ambiciosa, antes do fim do espetáculo, por volta das 23h30 de sábado, foi anunciado que a meta havia sido alcançada.
Global Citizen em Belém
Valéria Martins/g1
Em entrevista ao g1, o cofundador do Global Citizen, Mick Sheldrick, disse que o evento quer “enviar um chamado claro” para que governos, empresas e fundações tragam seus investimentos e invistam nos povos que protegem a floresta. Mick Sheldrick afirma que a Amazônia é um lugar especial à qual teve o privilégio de vir muitas vezes em outros momentos.
“Eu digo às pessoas: se a região amazônica fosse um país, seria maior do que o meu próprio país, a Austrália. Eu amo a comida daqui, amo a música, a cultura e os artistas”, destaca.
A poucos dias da COP 30, que será realizada em Belém, o festival teve objetivo de transformar música e mobilização em compromissos mensuráveis.
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