Governo federal faz reunião para monitorar metanol na bebida e vê casos restritos a São Paulo até o momento

Secretaria da saúde confirma 3 mortes causadas por metanol
O governo federal informou nesta segunda-feira (29) que acompanha os casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol registrados em São Paulo. Até o momento, não há notificações em outros estados.
O governo de São Paulo confirmou mais cedo a terceira morte relacionada ao consumo de bebidas “batizadas” com metanol na Grande São Paulo. Desde junho, foram confirmados seis casos de intoxicação pela substância, com três óbitos e dez investigações em andamento.
O caso do metanol foi discutido nesta segunda em uma reunião extraordinária do comitê técnico do sistema de alerta sobre drogas.
De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a atuação será em diferentes frentes: o Ministério da Saúde vai acionar as redes estaduais de saúde e vigilância, o Ministério da Agricultura intensificará a fiscalização e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao MJ, vai mobilizar os Procons de todo o país.
O governo também determinou que o Sistema de Alerta Rápido (SAR) continue responsável pelo monitoramento.
“O momento ainda é de monitoramento e acionamento das redes. O comitê vai continuar fazendo reuniões de acompanhamento, sem data ainda para a próxima”, informou a pasta. O SAR, rede interinstitucional que acompanha emergências e a circulação de substâncias psicoativas no país, foi o responsável por repassar as notificações ao governo federal.
Mortes e investigações em São Paulo
As vítimas identificadas são um homem de 58 anos, morador de São Bernardo do Campo, que morreu em 24 de setembro, e outro de 54 anos, morador da Zona Leste da capital, que apresentou sintomas em 9 de setembro e morreu no dia 15. A terceira morte, de um homem de 45 anos, ainda está em investigação quanto ao local de residência.
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, os municípios estão sendo apoiados pelo Centro de Vigilância Sanitária, que reforçou a fiscalização em bares, distribuidoras e demais estabelecimentos. A pasta alertou que o consumo de bebidas de origem clandestina representa risco à saúde.
O que é o metanol e por que é perigoso
O metanol é um álcool simples, incolor e inflamável, com odor semelhante ao etanol, mas não é destinado ao consumo humano. A substância é altamente tóxica e pode provocar intoxicações graves e fatais.
Entre os sintomas estão: dor abdominal, náuseas, vômitos, visão turva, convulsões, ataxia, sedação e taquicardia. Em caso de suspeita, especialistas recomendam procurar atendimento médico imediato.
Suspeita de origem ilegal
Associações ligadas ao setor levantam a hipótese de que o metanol tenha sido importado ilegalmente pelo PCC e repassado para fábricas clandestinas de bebidas. O Ministério da Justiça apontou que os registros recentes diferem dos casos anteriores de intoxicação por metanol, que costumavam ocorrer em contextos de abuso de combustíveis por populações de rua. Agora, a substância estaria presente em bebidas comuns como gin, whisky e vodka consumidas em bares.
As autoridades reforçam o alerta à população: só consumir bebidas com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, compradas de fabricantes legalizados.

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