Grito dos Excluídos protesta em defesa da vida e do fortalecimento da democracia em Rio Branco


Grito dos excluídos 2025 pede a valorização pela vida e fortalecimento da democracia no AC
Representantes de pastorais sociais da Igreja Católica e entidades sindicais do Acre participaram da 31ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, na manhã deste domingo (7). Cerca de 150 manifestantes discutiram as desigualdades econômicas e o fortalecimento à democracia.
A tradicional manifestação acontece simultaneamente ao desfile cívico-militar, que ocorreu na Rua Benjamin Constant, os participantes se concentraram no Parque da Maternidade, em frente ao Terminal Urbano, área central
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Kaique Mendonça de 18 anos do Movimento por uma Escola Popular (MEP), um dos organizadores, explicou que a mobilização este ano teve o tema: ‘A vida em primeiro lugar. De uma parte, Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia’.
“A casa comum seria o nosso Brasil e é sobre ter esse zelo para a nossa nação e nossa democracia é algo em primeiro lugar que a gente precisa estar falando diariamente com todos”, afirmou ele.
Valéria Santana é coordenadora do Movimento Negro Unificado no Acre e ajuda a organizar o Grito dos Excluídos. Ela disse que cuidar da casa comum tem a ver com o desmatamento na Amazônia.
“A gente vê a velocidade que a Amazônia está sendo degradada. Temos uma luta socioambiental que precisa ser vista. Somos da Amazônia acreana e precisamos nos posicionar, assim como fizemos essa discussão em defesa de uma democracia com participação popular e não essa falsa democracia que pede anistia para quem queria inclusive sabotar a nossa democracia”, pontuou ela.
Ela afirmou que esse ano diversos movimento populares ficaram à frente da organização principal.
“A gente teve juventude de partidos, teve outras frentes negras somando forças com a gente, como a Associação de Mulheres Negras, também tiveram pessoas que individualmente se identificam com a luta e somaram com a gente. Bases partidárias de esquerda, assim como movimentos de religiosas, como a Rede Um Grito pela Vida e a Pastoral da Juventude” disse ela.
Valéria Santana líder do movimento negro unificado no Acre
Hellen Monteiro/g1 AC
Amanda Dornelis, de 29 anos, trabalha na área da educação e participou do movimento. Ela contou que participa do Grito dos Excluídos todos os anos porque acha importante questionar a ideia de que o Brasil conquistou de fato a independência.
“É uma independência muito formal, no papel, mas não é uma independência na prática. O Grito dos Excluídos tem essa importância: de falar daqueles que ficaram à margem dessa suposta independência e falar qual é a verdadeira independência que a gente quer”, declarou ela.
Amanda explicou que os participantes do movimento querem uma independência verdadeira. Para eles, isso significa não depender do imperialismo.
Amanda Dornelis, 29 anos participou do Grito dos Excluídos em Rio Branco
Hellen Monteiro/g1 AC
“A gente recebe muito influência imperialista. Queremos uma independência onde não existam pessoas em situação de rua, onde a gente não trabalhe para gerar riqueza para outras pessoas, tenhamos mais tempo livre, não hajam jornadas exaustivas de trabalho e onde tenhámos tempo para a desenvolvermos todas as nossas potencialidades”, declarou.
Ela ainda mencionou o final da escala 6×1 que é discutida pela a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) desde abril.
“Uma jornada de trabalho que você recebe um salário mínimo e só tem um dia de descanso não é um tempo justo. O trabalhador vive em função de produzir lucro para outros e, às vezes, é mais um dia só para voltar a estar produzindo para outra pessoa e não para você mesmo. Pautar o final da escala 6×1 é o 1º passo para defender uma economia que não seja voltada para o interesse dos patrões”
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Grito dos Excluídos e das Excluídas
O Grito dos Excluídos surgiu no Brasil em 1994. A primeira edição ocorreu em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade daquele ano. Em 1999, a manifestação rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
Trata-se de uma manifestação popular de força social, que defende a dignidade do povo, denuncia a violência institucional e cobra das autoridades a responsabilidade social.
Os manifestantes ocupam espaços públicos para exigir do estado acesso a direitos básicos e constrói ações organizadas politicamente a fim de fortalecer e mobilizar o povo a lutar por um projeto de sociedade mais igualitária, justa e fraterna.
Grito dos excluídos 2025 aconteceu em frente ao Terminal Urbano em Rio Branco
Valéria Santana
VÍDEOS: g1

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