Homem foi preso às margens da Fernão
Polícia Civil/Divulgação
Preso na noite desta quarta-feira (10), Rodrigo Neves de Souza, de 32 anos, confessou à Polícia Civil ter assassinado a companheira estrangulada em Nazaré Paulista. O depoimento foi obtido com exclusividade pela Rede Vanguarda.
No depoimento, ainda sem advogado de defesa constituído, Rodrigo confessa a autoria do crime e se diz arrependido.
“Vou pagar pelo que fiz. Errei muito. Mas foi o ponto que cheguei, eu não aguentava mais. Acabei fazendo isso, sei que não é certo. Sabia que ia ser preso. Estou arrependido. Nada que eu faça vai voltar a vida da Agatha, mas tudo que disser aqui não justifica. Mas chegou num ponto que eu não aguentava mais”, disse Rodrigo Neves de Souza.
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Durante o depoimento, Rodrigo afirmou que cometeu o crime por conta de problemas no relacionamento com Agatha Sofia da Silva, que foi encontrada morta na última segunda-feira (8), em uma área de mata de Nazaré Paulista.
Segundo a Polícia Civil, o cadáver apresentava sinais de estrangulamento, o que também foi confirmado por Rodrigo, que disse que matou a companheira com um cabo de fibra óptica. Ele trabalha em uma empresa de telefonia.
“Fui sentindo o Nazaré, peguei o trevo de Bom Jesus ali e fui sentindo o Nazaré. Aí cheguei lá em Nazaré, aí eu fiz o (…). Eu conversei com ela ainda. Ela estava tranquila nada, ela estava nervosa já. Porque ela estava sabia que eu ia fazer alguma coisa com ela.”
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Viagens após o crime
Após matar Agatha na beira da represa de Nazaré Paulista, no sábado (6), Rodrigo deixou o corpo da jovem em uma área de mata no bairro dos Ferreiras, na mesma cidade.
Após o crime, Rodrigo trabalhou normalmente no sábado. Ainda no depoimento, ele afirmou que levou a enteada – filha de Agatha, de 10 anos – para passear no domingo (7).
“Eu fui trabalhar, trabalhei normal no sábado. Domingo era a minha folga, saí com a minha filha ainda. Eu tenho uma filha de consideração ainda”, afirmou.
“Segunda-feira eu trabalhei. A minha sogra tinha falado que ia vir para a delegacia, né? Eu falei: ‘está bom’. Eu falei para ela: ‘A gente vai junto no meio-dia para a delegacia’. Eu ia vir com ela para me entregar, sabe? Era nove e pouco da manhã, ela já tinha vindo para a delegacia. Aí falei: ‘ah, não consigo’, porque eu estava trabalhando.”
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Arquivo pessoal
No mesmo dia, Rodrigo fez um serviço em Vinhedo, onde deixou o carro em uma rua. Em seguida, ele pediu um carro por aplicativo até a rodoviária da cidade, de onde pegou um ônibus para São Paulo. Ele dormiu na capital paulista até terça-feira (9).
Na quarta-feira (10), dia da prisão, Rodrigo viajou de São Paulo até Mairiporã de ônibus, foi até Bragança Paulista e decidiu seguir a pé até Minas Gerais, sem destino determinado, ainda de acordo com o depoimento à Polícia Civil.
O g1 tenta localizar a defesa de Rodrigo.
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Prisão
Rodrigo foi preso em uma área de mata às margens da rodovia Fernão Dias, em Vargem, perto da divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. A suspeita era de que ele fosse pernoitar no local e depois seguiria a fuga a pé.
Desde o início das investigações, Rodrigo, com quem Agatha mantinha um relacionamento há sete anos, é apontado como principal suspeito do crime pela polícia. Um mandado de prisão temporária já havia sido expedido pela Justiça e ele era procurado.
O caso
Segundo a polícia, a família de Agatha registrou um boletim de ocorrência por desaparecimento no sábado (6), após não ter notícias da jovem. A mãe dela chegou a ir até a casa do casal, em Bom Jesus dos Perdões, mas não conseguiu encontrá-la.
A família conseguiu imagens das câmeras de segurança de um imóvel vizinho que registraram a jovem deixando a casa de pijama, por volta das 7h de sábado (6), atrás do companheiro.
A sequência das imagens mostra que Rodrigo voltou ao imóvel, mas Agatha não retornou mais, o que aumentou a suspeita de um crime. O corpo dela foi encontrado na segunda, em Nazaré Paulista.
Nas investigações, a polícia conseguiu identificar um carro alugado por Rodrigo Neves de Souza e, com base no rastreador do veículo, conseguiu localizar o corpo da vítima. Para a polícia, o suspeito alugou um veículo para transportar o corpo dela. O carro foi abandonado em Jarinu.
O laudo do IML aponta que a causa da morte foi asfixia mecânica e constrição cervical, que é uma compressão na região do pescoço.
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