Preso suspeito de deixar mala com parte de corpo em rodoviária no RS
Após a prisão do principal suspeito de abandonar uma mala com parte de um corpo em um armário da rodoviária de Porto Alegre, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul concentra esforços em novas frentes da investigação. O foco agora está em aprofundar a análise de evidências digitais e concluir diligências que possam esclarecer aspectos do crime.
O suspeito preso preventivamente pelo crime é o publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos. Em 2018, ele foi condenado a 28 anos por matar e concretar a mãe.
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Já a confirmação da identidade da vítima depende de comparação genética com amostras da família. A cabeça do corpo não foi localizada, o que também dificulta a conclusão de laudos periciais, segundo os investigadores.
No entanto, a Polícia Civil acredita que a vítima seja uma mulher com 65 anos, moradora de Porto Alegre e natural de Arroio Grande, que trabalhava como manicure. Essa mulher, com quem ele mantinha um relacionamento casual, também estaria morando na mesma pousada.
Caso do corpo em mala: publicitário Ricardo Jardim foi preso nesta sexta-feira
Ronaldo Bernardi/Agência RBS
Interrogatório oficial e perícias
Um dos principais pontos previstos para esta semana é o interrogatório formal do suspeito. A expectativa é que ele possa prestar esclarecimentos sobre o crime e responder às perguntas da polícia.
Além disso, estão em andamento perícias em dispositivos eletrônicos apreendidos, como computadores e celulares. A análise desses materiais pode revelar informações sobre o planejamento do crime, comunicações realizadas e outros elementos que ajudem a compor o cenário investigativo.
“Óbvio que a quantidade de dados pode causar um pequeno atraso, mas a perícia tem agido muito rápido”, diz Souza.
Os agentes seguem realizando diligências complementares. A previsão é de que se estendam até terça ou quarta-feira, com o objetivo de consolidar um panorama mais claro sobre os desdobramentos do caso.
Homem deixou mala com o tórax de uma mulher no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre
Divulgação/Polícia Civil
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Motivação do crime
A motivação do crime segue como um dos pontos mais complexos da investigação.
“Uma pessoa que mata e concreta a própria mãe é capaz de cometer qualquer crime”, afirma o delegado.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de múltiplos fatores motivacionais, mas reconhece que algumas respostas só poderão ser obtidas diretamente com o suspeito, caso ele decida colaborar durante o interrogatório oficial.
Corpo foi encontrado dentro de mala em guarda-volumes da Estação Rodoviária de Porto Alegre
Jonathan Heckler/Agência RBS
O que a polícia já estabeleceu sobre a dinâmica
Depósito da mala: câmeras mostram um homem deixando a mala no dia 20 de agosto no guarda-volumes da rodoviária. O volume ficou no local por cerca de 12 dias, até ser aberto pela equipe do setor devido ao odor;
Planejamento e ocultação: o autor removeu as pontas dos dedos dos membros para dificultar a identificação e deixou a cabeça por último, estratégia que, segundo a polícia, visava retardar o reconhecimento da vítima;
Relacionamento e possível motivação: segundo a investigação, o suspeito mantinha relacionamento com a vítima e tentou usar os cartões dela. Comprovantes de transações entre ambos foram encontrados. A motivação financeira é apurada;
Apreensões: com o suspeito, os policiais apreenderam celulares e notebook material será periciado após pedidos judiciais de acesso aos dados;
Classificação do crime: a Polícia Civil trata o caso, neste momento, como feminicídio. Laudos complementares devem apontar a causa da morte quando houver reunião de todas as partes do corpo.
Infográfico – Linha do tempo: homem preso após abandonar mala com corpo na rodoviária de Porto Alegre
Arte/g1
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