
Polícia de SP investiga contaminação de bebidas alcóolicas por metanol
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp descartou nesta terça-feira (30) que a morte de um homem de 52 anos, de Bragança Paulista, tenha acontecido por intoxicação com metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.
Segundo o CIATox, com base nas informações fornecidas sobre o histórico do caso, a intoxicação envolvendo o paciente de Bragança Paulista aconteceu por uso de thinner, um solvente usado para diluir tintas.
O homem foi internado na Santa Casa de Bragança Paulista no dia 15 de setembro após ser encontrado desacordado. Ele morreu no último sábado (27). Em nota, a prefeitura informou que a Vigilância Sanitária do município averiguava todas as informações sobre o caso.
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Três pessoas morreram e outras estão internadas por suspeita de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas no estado, segundo o Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo. Ao todo, 10 casos estavam sob investigação.
Intoxicação por metanol
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu, no sábado (27), uma recomendação urgente a estabelecimentos que vencem bebidas alcoólicas em São Paulo e regiões próximas, após casos de intoxicação compatíveis com o consumo de produtos adulterados com metanol – substância altamente tóxica e de risco coletivo à saúde pública.
A medida foi tomada após a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad/MJSP) receber, por meio do Sistema de Alerta Rápido (SAR), notificação sobre casos de intoxicação por metanol em um período de 25 dias. Todos os episódios estão relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas falsificadas.
A nota, assinada pelo secretário nacional do Consumidor, Paulo Henrique Pereira, destaca a importância da cooperação entre governo, setor privado e sociedade para combater práticas criminosas de falsificação e proteger os consumidores.
infográfico metanol – vale este
Arte g1
A recomendação é direcionada a bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, mercados, atacarejos, distribuidores, plataformas de e-commerce e aplicativos de entrega. O documento orienta a adoção de medidas de compra segura, verificação rigorosa dos produtos e fortalecimento da rastreabilidade das bebidas comercializadas.
Entre os sinais de alerta estão preços muito abaixo do mercado, lacres tortos, erros grosseiros de impressão, odor semelhante a solventes e relatos de consumidores com sintomas como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea ou rebaixamento da consciência.
Nessas situações, os estabelecimentos devem interromper imediatamente a venda do lote, isolar fisicamente os produtos e preservar garrafas, caixas, rolhas e rótulos como evidência. Também é necessário manter ao menos uma amostra íntegra por lote para possível perícia.
Caso haja consumidores com sintomas, a orientação é encaminhar para atendimento médico urgente e acionar o Disque-Intoxicação (0800 722 6001), serviço da Anvisa. As autoridades recomendam ainda comunicar a Vigilância Sanitária local, a Polícia Civil (197), o Procon e, quando cabível, o Ministério da Agricultura e Pecuária.
O que é metanol
O metanol é um tipo de álcool simples, incolor e inflamável, com cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum.
A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, cegueira e até a morte. Pequenas quantidades já são suficientes para provocar intoxicação grave.
O produto também é inflamável, podendo gerar incêndios e explosões em caso de manuseio inadequado.
Bebidas contaminadas com metanol foram responsáveis pela morte de pessoas em São Paulo
Reprodução/TV Globo/Fantástico
Quais são os sintomas da intoxicação causada por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas
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