Irmã de bióloga carioca que morreu atropelada em Portugal embarca para a Europa; família conseguiu arrecadar verba para repatriar corpo


Irmã de Flávia Vasconcelos posta sobre ida para Portugal
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A irmã da pesquisadora carioca Flávia Vasconcelos de Mello, de 36 anos, que morreu na última quinta-feira (25) atropelada em Portugal, informou em suas redes sociais que embarcou para a Europa.
Amigos e familiares tinham organizado uma vaquinha online, que arrecadou mais de R$ 120 mil para o traslado do corpo ao Brasil. O velório deve acontecer no Rio de Janeiro, com a presença dos pais e das irmãs da cientista. A data não foi informada.
“Informamos que, como as autoridades em Portugal não funcionaram durante o final de semana, estamos indo hoje para Lisboa para iniciarmos os trâmites legais para as resoluções necessárias”, escreveu Thais Mello.
“Queremos, mais uma vez, agradecer de coração pelo carinho e amor com a nossa vidinha. Pedimos desculpas por não conseguirmos responder individualmente a todas as mensagens que têm chegado, mas saibam que cada mensagem, cada gesto de carinho e solidariedade têm nos confortado e dado força. O amor que ela despertou em tantos corações é confortante”, acrescentou.
Companheiro de Flávia postou homenagens
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Flávia morreu atingida por um carro enquanto atravessava uma faixa de pedestres. Segundo a imprensa local, moradores e profissionais de saúde tentaram prestar os primeiros socorros, mas não conseguiram reanimá-la.
Nas redes sociais, Flávia compartilhava a rotina entre ciência e viagens. Com quase 10 mil seguidores, havia registrado passagens por mais de 50 países. Em uma de suas últimas postagens, escreveu: “Viver tá imperdível”.
Flávia vivia com o também brasileiro Yago Bezerra, que postou homenagens em suas redes sociais.
Pesquisadora Flávia Vasconcelos de Mello
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“Você me ensinou a aproveitar o máximo da vida, me ensinou a ser uma pessoa melhor, me ensinou o quão o nosso planeta é incrível (…) Não tenho palavras pra descrever o vazio que eu estou sentindo”, escreveu.
“Flávia, muito obrigado por cada segundo que vivi com você, você me ensinou tudo. Só esqueceu de me ensinar a ficar sem você. 🥺😭Eu só queria que isso tudo fosse um pesadelo e tudo voltaria ao normal. Não estou acreditando que eu te perdi. 💔🖤🥀😭”, postou Yago.
A trajetória na biologia
Flávia vivia em Portugal para realizar um pós-doutorado no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em parceria com o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (Mare).
Em Portugal, Flávia desenvolvia pesquisas sobre contaminantes ambientais, ecotoxicologia e os efeitos da poluição em ecossistemas aquáticos.
A bióloga tinha uma trajetória acadêmica extensa. Era formada em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ecologia, e acumulava investigações de destaque internacional, como estudos sobre poluentes orgânicos persistentes em aves marinhas da Antártida – trabalho que lhe rendeu o prêmio Bolsista Nota 10 da Faperj, em 2017.
Também atuou em projetos ligados à saúde alimentar, analisando impactos de micotoxinas em peixes e seus consumidores, além de pesquisas sobre disruptores endócrinos e bioacessibilidade humana.
O Mare divulgou nota de pesar, descrevendo a pesquisadora como uma profissional de grande competência e espírito colaborativo, que deixou marcas profundas em colegas e estudantes. “Será sempre lembrada pela alegria de viver, energia contagiante e humor inconfundível”, escreveu a instituição.
Neste sábado (27), Flávia foi homenageada antes do jogo do Fluminense contra o Botafogo, no telão do Maracanã. A irmã da pesquisadora postou uma foto da homenagem.
Flávia Vasconcelos, em viagem pela Ásia
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Flávia Vasconcelos, em viagem pela Europa
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Flávia Vasconcelos, homenageada no intervalo do jogo do Fluminense
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