Jovem que morreu após reação alérgica em tomografia com contraste tinha se formou em direito há 4 meses: ‘Sonhava alto’


Jovem morre após sofrer reação alérgica durante tomografia com contraste em SC
A jovem de 22 anos Leticia Paul, que morreu após sofrer um choque anafilático durante uma tomografia com contraste em Rio do Sul (SC), havia se formado em direito há quatro meses e se especializava para atuar na área de negócios imobiliários.
“Ela era uma menina vibrante, de personalidade. Amava direito, tão estudiosa. Sonhava alto, e tenho certeza de que seria um nome conhecido no meio jurídico”, comentou a tia dela, Sandra Paul, ao g1.
✅Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp
Leticia chegou a ser entubada após o exame, feito no Hospital Regional Alto Vale, mas não resistiu e morreu na quarta-feira (20). A reportagem busca a Polícia Civil para saber se o caso será investigado.
A tia relatou que o óbito aconteceu menos de 24 horas depois do procedimento, que era feito rotineiramente por ela.
Os contrastes são substâncias químicas geralmente usadas em exames de ressonância, tomografia e radiografia, sempre com indicação médica, com função de realçar áreas específicas do corpo.
Segundo a alergista e imunologista Jane da Silva, gerente de ensino e pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), casos de choques anafiláticos durante a realização de exames com contrastes são muito raros e representam menos de 0,01% dos casos (veja mais abaixo).
Entenda como funciona o exame com contraste
O que dizem família e hospital
A jovem morava em Lontras, cidade vizinha de 12,8 mil habitantes. “Era amável com todos. Amava jogar beach tennis com amigos e tinha paixão pela dupla Henrique e Juliano”, diz a tia.
O corpo foi velado na quinta-feira (21) na Casa Mortuária Jardim Primavera, em Rio do Sul. Em seguida foi cremado em Balneário Camboriú.
Leticia Paul, de 22 anos, morreu após um choque anafilático ocorrido durante exame em SC
Redes sociais/ Reprodução
Em nota, o hospital informou que “lamenta a perda e se solidariza com a família”.
“Aproveitamos para reafirmar nosso compromisso com a ética, a transparência e a segurança assistencial, destacando que todos os procedimentos são conduzidos em conformidade com os protocolos clínicos recomendados”, diz o texto.
O que é choque anafilático?
A alergista e imunologista Jane da Silva explica que o choque anafilático é uma reação alérgica grave e rara, que pode acontecer de forma muito rápida.
“Ele ocorre quando o corpo reage de maneira exagerada a uma substância considerada estranha — como alimentos, picadas de insetos ou, em alguns casos, medicamentos e substâncias usadas em exames, como o contraste”, explica.
As manifestações, segundo ela, podem variar desde coceiras e manchas na pele, até sinais e sintomas em vários órgãos – como chiado no peito, tosse, falta de ar, alterações nos batimentos cardíacos, queda da pressão, desmaio e choque com parada cardiorrespiratória.
A grande maioria das pessoas faz exames com contraste sem nenhum problema, de acordo com ela. No entanto, o paciente deve sempre fornecer as informações solicitadas pela equipe sobre histórico de reações alérgicas e outras condições. Com essas informações, os profissionais podem tomar precauções extras ou até usar outro tipo de exame, se necessário.
“É necessário ressaltar que a investigação precisa da hipersensibilidade é feita com um alergista, que vai buscar provar se houve reação ao radiocontraste de fato, testando o produto utilizado”, afirma a médica.
O g1 questionou a Polícia Civil e o próprio hospital se o caso será investigado, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Leticia Paul morreu após reação grave durante exame com contraste em SC
Redes sociais/ Reprodução
VÍDEO: saiba mais abaixo sobre choque anafilático e os cuidados
Choque anafilático: cuidados com alergia severa
VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *