Trump envia Tropas da Guarda Nacional a Chicago
Uma juíza dos Estados Unidos mandou suspender temporariamente o envio de soldados da Guarda Nacional ao estado de Illinois, onde fica Chicago. A decisão, anunciada nesta quinta-feira (9), atinge diretamente uma ordem do presidente Donald Trump.
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A decisão da juíza distrital April Perry foi tomada após mais de duas horas de audiência entre advogados do governo federal e do estado de Illinois, que entrou na Justiça contra a medida.
Pela manhã, soldados da Guarda Nacional foram vistos patrulhando as imediações de um centro de imigração de Broadview, nos arredores de Chicago, alvo frequente de protestos nas últimas semanas.
A Casa Branca argumenta que o envio das tropas é necessário para proteger agentes e prédios federais, especialmente os do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) e do Serviço de Proteção Federal (FPS), que estariam sofrendo “ataques coordenados por grupos violentos”.
A juíza, no entanto, afirmou ter dificuldade em acreditar nas alegações de violência durante os protestos. Segundo a magistrada, a atuação de agentes do ICE provocou as manifestações, e o envio de tropas “apenas colocaria mais lenha na fogueira que os próprios réus acenderam”.
Nesta semana, outro juiz dos Estados Unidos suspendeu uma ordem de Trump para enviar soldados da Guarda Nacional para a cidade de Portland, no estado de Oregon.
Tensão
Cena de confronto entre manifestantes e agentes do ICE em Chicago
REUTERS/Jim Vondruska
As tropas enviadas pelo governo Trump chegaram à região metropolitana de Chicago na terça-feira (7). No dia seguinte, o presidente disse que o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, e o governador de Illinois, JB Pritzker, “deveriam estar presos” por não conseguirem proteger agentes do ICE.
Tanto Illinois quanto Chicago são governados por políticos do Partido Democrata, que fazem oposição a Trump.
O prefeito Johnson disse “rezar por Trump” para que ele se torne uma pessoa melhor e afirmou que o presidente “toma decisões que fariam Vladimir Putin corar”. Já o governador Pritzker acusou Trump de fabricar uma crise e usar as tropas como “peças de teatro político”.
Apesar de o governo Trump ter alegado proteção a agentes federais e combate à violência na cidade, a missão exata das tropas federalizadas da Guarda Nacional ainda não está clara.
Ofensiva
Donald Trump assina ordens executivas na Casa Branca em 6 de outubro de 2025
REUTERS/Kent Nishimura
O segundo mandato de Trump tem sido marcado por uma ofensiva contra a imigração. Chicago é considerada uma “cidade-santuário”, por adotar políticas de acolhimento e proteção a imigrantes.
O presidente tem recorrido a decretos emergenciais para acelerar a implementação de sua agenda nessas cidades. Para justificar a medida, ele tem afirmado que as regiões para onde a Guarda Nacional será enviada registram altos índices de violência.
Por outro lado, dados mostram que a maioria dos crimes violentos nos EUA caiu nos últimos anos. Somente em Chicago, os homicídios diminuíram 31% até agosto deste ano.
Em Portland, no Oregon, os homicídios caíram 51% entre janeiro e junho de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. Assim como Chicago, a cidade também é administrada pelos democratas e se tornou um alvo de Trump.
Um painel de três juízes de um tribunal federal de apelações em San Francisco indicou que deve derrubar uma decisão que impediu o envio de tropas a Portland — o que abriria caminho para a entrada de centenas de soldados na cidade.
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