O Banco Central informou que a taxa de juros da nova modalidade de crédito consignado, ou seja, com desconto na folha de pagamentos do trabalhador, é mais cara do que os contratos que foram feitos no modelo antigo — nos quais as empresas precisam fechar convênios com as instituições financeiras.
Por meio do relatório de política monetária, divulgado na semana passada, o BC informou que as operações do novo consignado “se mostraram mais caras do que os empréstimos consignados dos convênios, porém bem mais baratas do que o crédito pessoal não consignado”.
“A diferença de taxa observada entre esses dois tipos de crédito consignado pode estar relacionada ao perfil do tomador do crédito, incluindo características da empresa em que ele trabalha. Observa-se que o tomador médio do novo consignado, nesse período, trabalha em empresas de menor porte, tem menos tempo de vínculo com a empresa atual e recebe renda inferior à do tomador médio dos convênios”, informou o Banco Central.
Segundo a autoridade monetária:
A taxa média do novo consignado atingiu 3,9% ao mês nas operações contratadas até o final de julho;
Isso representa cerca de 60% da taxa de 6,2% ao mês cobrada em média no crédito pessoal não consignado;
A taxa média do consignado baseado em convênios existentes antes de março era de 2,6% ao mês.
O BC informou, ainda, que nas concessões do novo consignado, as taxas foram mais altas para empregados nas menores empresas, decrescendo gradualmente até se estabilizarem a partir de empresas de porte mediano.
“Assim, os dados sugerem associação entre o porte do empregador e a percepção de risco do crédito pelas instituições financeiras, mas apenas para as faixas de porte mais baixas. Nas concessões do consignado por convênio, os resultados não indicam relação tão clara entre porte do empregador e taxa de juros”, concluiu a instituição.