Justiça autoriza quebra do sigilo do celular de mulher suspeita de ter sido morta pela mãe


O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo autorizou a quebra do sigilo do celular da veterinária Nathália Garnica, que morreu envenenada em fevereiro deste ano, em Ribeirão Preto (SP).
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A mãe dela, Elizabete Arrabaça, é suspeita de envolvimento no crime, que teria sido motivado por questões financeiras. Ela estava em posse do aparelho à época que Nathália morreu e a polícia investiga para quem a filha teria ligado e quais mensagens teria enviado ou recebido antes de morrer.
Elizabete é acusada de matar a nora, Larissa Rodrigues, e investigada em outros três inquéritos, além daquele que apura a morte de Nathália. Ela está presa na Penitenciária de Tremembé desde quarta-feira (20), quando foi transferida de Votorantim (SP) para o Vale do Paraíba, e nega participação nos crimes.
Nathália Garnica, Elizabete Arrabaça, Ribeirão Preto, SP
Reprodução/g1
O inquérito que investiga a morte de Nathália ainda não ter data para ser concluído. Inicialmente, a morte dela foi tratada como ‘natural’, mas a proximidade com a morte da cunhada, Larissa Rodrigues, chamou a atenção da polícia, principalmente após um laudo pericial apontar que a professora de pilates tinha sido envenenada por ‘chumbinho’, veneno popularmente conhecido para ratos.
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Marido de Larissa, o médico Luiz Antônio Garnica é apontado pelo Ministério Público como o mandante da morte dela e investigado pela Polícia Civil no inquérito que envolve a irmã dele, Nathália. Ele está preso na Penitenciária de Serra Azul (SP).
Morte por envenenamento
O principal motivo pelo qual Elizabete passou a ser investigada pela morte da filha, Nathália Garnica, foi o resultado da exumação do corpo da veterinária, que também apresentou a presença de chumbinho.
A cachorra de Nathália, que morreu 15 dias antes da tutora e estava sob os cuidados de Elizabete, também foi exumada, mas o resultado ainda não ficou pronto. A suspeita da polícia é de que a idosa tenha testado a substância no animal antes de envenenar a filha.
Elizabete nega autoria no caso, mas passou a ser considerada porque, assim como aconteceu com Larissa, também foi a última pessoa a ver Nathália com vida. As duas morreram entre fevereiro e março deste ano.
Surgimento de novos casos
No dia 25 de julho, a Polícia Civil de Ribeirão Preto informou que passou a investigar mais uma morte por suspeita de envenenamento contra Elizabete. A vítima é uma amiga dela, que morreu há nove anos, e o corpo da mulher, que tinha 80 anos, deve ser exumado.
Segundo o delegado José Carvalho de Araújo, os indícios da morte de Élide Guide surgiram em depoimentos no curso das investigações das mortes de Larissa e Nathália e por meio de denúncias.
“Chegou um depoimento de que teria acontecido com ela o mesmo que aconteceu com a filha e a nora da Elizabete. Nós vamos, inicialmente, analisar os documentos do Serviço de Verificação de Óbito, ouvir as pessoas que tiveram, de alguma forma, envolvimento com essa pessoa e que tiveram algum conhecimento da relação de amizade das duas. Isso é importante para o inquérito”.
Para ele, é possível que Elizabete tenha cometido dezenas de crimes ao longo da vida, com sobreviventes ou não. O delegado disse que vai investigar todos os casos que surgirem com relatos semelhantes envolvendo a idosa.
“Dinheiro e raiva podem ter sido a motivação [dos crimes]. Teve momentos de muita raiva da filha. A gente acredita que, realmente, ela não fez só esses casos. Pelo tempo de vida que ela tem e pela forma como reagiu a tudo até agora, mostra ser uma pessoa que tem traços seríssimos de transtorno”.
Elizabete é investigada, ainda, por tentativa de homicídio contra uma outra amiga por causa de um colar. Ao todo, ela é alvo de quatro inquéritos policiais em andamento e ré no processo que investiga a morte de Larissa, por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa na vítima.
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