Como foi revelado esquema de venda ilegal de sangue de gatos em Monte Alto
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo negou o pedido de liminar da defesa do estudante de veterinária Cleiton Fernando Torres, preso por integrar um esquema de venda clandestina de sangue de gatos em Monte Alto (SP), para que ele respondesse ao processo em liberdade.
O habeas corpus levou como base a ausência de flagrante ilegalidade e a presença de elementos concretos que justificassem a manutenção da prisão preventiva.
Cleiton, de 37 anos, foi preso no dia 4 de outubro, quando o caso veio à tona após a Guarda Municipal receber uma denúncia de que um perfil nas redes sociais oferecia R$ 50 para tutores em troca da coleta de sangue dos gatos.
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Ao g1, o advogado Jonatas Alves Moraes, que defende o estudante, informou que respeita a decisão e confia no julgamento. Cleiton deve responder pelo crime de maus-tratos.
“O Habeas Corpus segue em tramitação regular e será analisado pelo órgão colegiado competente, quando então serão examinados os fundamentos apresentados — inclusive a suficiência de cautelares e a ausência de vedação legal específica à conduta imputada”.
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Em depoimento à polícia, Cleiton disse que coordenava os procedimentos, recebendo diária de R$ 300.
Além dele, também foram presos Everton Leite Silva e Jose Luiz de Lima. Os três revelaram que trabalhavam como freelancers para uma clínica veterinária de São José do Rio Preto (SP), para fornecimento de sangue de gatos.
Gatos foram encontrados desacordados em clínica clandestina de coleta de sangue em Monte Alto, SP
Polícia Civil
A Polícia Civil informou na semana passada que investiga se uma clínica veterinária adquiria os sangues de gatos que eram coletados de forma clandestina.
O caso
O caso veio à tona no dia 4 de outubro, quando três pessoas foram presas por suspeita de realizarem coleta clandestina de sangue de gatos em Monte Alto.
As investigações, ainda em curso, indicam que o grupo pagava R$ 50 para quem disponibilizasse os animais para as coletas. Também existe a suspeita de que o material seria direcionado a uma clínica regularizada.
Apesar de uma clínica citada pelos suspeitos alegar que a prática não é ilegal, as autoridades envolvidas informaram que ela ocorria em condições insalubres. Uma das gatas resgatadas, inclusive, foi diagnosticada com o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV – Feline Immunodeficiency Virus em inglês), segundo a prefeitura.
🔎A FIV (Feline Immunodeficiency Virus) não é transmissível a humanos, mas pode ser transmitida a outros gatos, pela saliva ou sangue. A doença ataca o sistema imunológico dos felinos, tornando-os mais vulneráveis a infecções e outras doenças secundárias. Ela pode ser controlada se for diagnosticada cedo, permitindo que os gatinhos sigam sua vida por muito tempo, sem complicações.
A partir do anúncio, agentes da Guarda Civil Municipal foram a uma residência na Rua Marciano de Vasconcelos Nogueira, local que, segundo o boletim de ocorrência, apresentava condições insalubres e não contava com um médico veterinário.
Coleta clandestina de sangue de animais era feita em casa com condições insalubres em Monte Alto, SP
Polícia Civil
Eles chegaram ao local depois de entrar em contato com o autor do anúncio nas redes sociais, este que, segundo o boletim de ocorrência, passou o contato de Sandra Regina de Oliveira, suspeita de intermediar o negócio e pessoa que indicou o endereço aonde eles deveriam ir para fazer a coleta.
No local, os guardas encontraram cinco pessoas, algumas delas manuseando equipamentos de uso veterinário, além de seis gatos desacordados. Foram apreendidos esses equipamentos, como seringas, além de frascos de sangue.
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