Vídeo mostra idoso de 70 anos acusado de fraudar documento para financiar carro de luxo sendo preso
O idoso de 70 anos que foi preso dentro de casa em Santos, no litoral de São Paulo, suspeito de adulterar uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para financiar um carro de luxo, foi solto e está usando tornozeleira eletrônica. Conforme apurado pelo g1 neste domingo (28), o homem também é acusado de aplicar golpes emocionais e financeiros por meio de aplicativos de relacionamento.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o suposto documento adulterado em nome de outro homem e um boleto do financiamento do veículo foram localizados pela Polícia Civil na casa do idoso, que também teria sido reconhecido pelo vendedor do carro. Ainda cabe recurso sobre a decisão.
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp.
O acusado não vinha se manifestando nos autos do processo que apura fraude no financiamento de um veículo. Diante da ausência, o órgão federal solicitou a prisão preventiva, alegando que ele estaria se escondendo da Justiça para seguir praticando crimes e “fazendo vítimas em série”.
O MPF destacou que o idoso já foi condenado em primeira instância pelo crime de estelionato, em 2018. Além disso, o órgão federal acrescentou que o homem está sendo investigado pela Polícia Civil por enganar mulheres com promessas de amor e extorquir grandes quantias de dinheiro.
Idoso de 70 anos havia sido preso em Santos (SP)
g1 Santos e Polícia Civil/Divulgação
Em um dos casos, o idoso aplicou um golpe em uma mulher que conheceu em um aplicativo de relacionamento. Conforme o boletim de ocorrência, ele se apresentou como um empresário de 27 franquias, que havia acabado de voltar da Europa após descobrir que os filhos tinham feito dívidas.
Ainda segundo o registro policial, o homem seduziu a vítima dizendo que ela era a mulher da vida dele e que iriam se casar em breve. Logo em seguida, o idoso começou a pedir dinheiro emprestado, causando um prejuízo de mais de R$ 350 mil.
Tornozeleira eletrônica
O mandado de prisão preventiva do idoso, expedido pela juíza Michelle Camini Mickelberg, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, foi cumprido em 15 de setembro. Quatro dias depois, o advogado criminalista Octavio Rolim conseguiu a revogação da decisão.
“Estamos em etapa de análise dos elementos já produzidos tanto no inquérito policial quanto na ação penal para posteriores manifestações. Contudo, ressaltamos que [o idoso] nega veementemente as acusações que lhe são atribuídas, o que demonstraremos oportunamente”, afirmou o advogado ao g1.
Imagem ilustrativa de uma tornozeleira eletrônica
Reprodução/TJES
Na decisão em primeira instância, a juíza federal explicou que a facilidade com que o homem foi encontrado afasta uma possível intenção de se esconder da Justiça. Além disso, Michelle levou em consideração os argumentos da defesa do idoso.
“Não se pode ignorar ainda que o réu conta atualmente com 70 anos e tem a saúde debilitada por problemas agora noticiados pela defesa. Vale ressaltar também que os delitos sob apuração, embora aparentemente praticados de modo reiterado, não foram cometidos com violência ou grave ameaça”, afirmou a juíza na decisão.
A prisão preventiva foi substituída pelo monitoramento eletrônico, além das seguintes medidas cautelares:
➡️Comparecer bimestralmente ao juízo;
➡️Informar toda e qualquer alteração de endereço, telefone ou emprego;
➡️Comparecer a todo e qualquer chamamento da polícia, do MPF ou da Justiça.
O advogado ressaltou que a decisão da magistrada foi correta no ponto de vista técnico. “[O idoso] permanece à disposição da Justiça para os chamamentos processuais, pois sabe que a ação penal é o único meio possível de comprovar sua inocência”, finalizou Rolim.
VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos