Levantamento aponta melhora na qualidade da água da Pampulha
A Lagoa da Pampulha, cartão-postal de Belo Horizonte, registrou índices de qualidade da água que variam entre aceitável, bom e ótimo, segundo medições realizadas pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smobi) e análises da Copasa.
Os resultados, divulgados ao longo deste ano, apontam avanços no controle da poluição e indicam condições que podem permitir a prática de esportes náuticos e a retomada da navegação turística.
A Prefeitura informou que estuda os parâmetros apresentados para definir a regulamentação das atividades aquáticas. Em julho, representantes da Capitania dos Portos Fluviais de Minas Gerais, da Marinha do Brasil, também vistoriaram o local para avaliar a viabilidade da navegabilidade.
Segundo a Copasa, os índices registrados se enquadram na classe 3 da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o que sinaliza possibilidade de navegação em determinados trechos.
A companhia lançou, em conjunto com o Governo de Minas, dois editais que somam R$ 21 milhões para monitoramento contínuo da água e reforço na infraestrutura de esgotamento sanitário na bacia da Pampulha. Os contratos terão vigência inicial de 30 meses e podem ser prorrogados.
De acordo com a Prefeitura, o Índice de Qualidade da Água (IQA) chegou a 82 em uma das medições realizadas em junho, o que é classificado como “ótimo”. O município atribui a melhora a ações de biorremediação, remoção de fósforo e investimentos em tratamento da represa.
Além dos estudos técnicos, a administração municipal afirma que já iniciou a elaboração de diretrizes para regulamentar a navegabilidade. A proposta foi anunciada em maio, durante as comemorações pelos 82 anos do Conjunto Moderno da Pampulha.
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Investimentos e planos
O Programa Reviva Pampulha, coordenado pela Copasa, já soma mais de R$ 146 milhões em investimentos. Segundo a companhia, R$ 74 milhões foram aplicados em redes coletoras e mobilização social, o que permitiu alcançar 99% de cobertura de esgotamento sanitário na bacia e quase 5 mil ligações regularizadas.
Em 2023, a Prefeitura de Belo Horizonte acionou a Justiça para cobrar da Copasa e do governo estadual a universalização do sistema de esgotamento sanitário.
O processo resultou em um Plano de Ação, junto à Prefeitura de Contagem, com a meta de alcançar 100% de coleta e tratamento de esgoto em até cinco anos.
No ano seguinte, foi firmado convênio entre governo de Minas, PBH, Prefeitura de Contagem e Copasa, com acompanhamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), para implementar um sistema de governança da bacia. O acordo prevê diagnóstico integrado e ações de revitalização e segurança hídrica.
Próximos passos
Enquanto a regulamentação da navegação não é definida, seguem as iniciativas de monitoramento e mobilização comunitária.
No último sábado (30), a Copasa promoveu o evento “Reviva no Parque”, no Parque Ecológico da Pampulha, com atividades educativas, visitas técnicas e ações de conscientização ambiental.
Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte
Maíra Cabral/g1 Minas
Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte
Rodrigo Clemente/PBH
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