Mãe exige respostas da polícia após oito meses da morte do filho de 2 anos por traumatismo craniano; padrasto sumiu


Henry Lucca, de 2 anos, morreu em Guarujá. Mãe desconfia do padrasto (à dir.). Homem teve identidade preservada por ainda não ser suspeito pela polícia
Arquivo pessoal
Oito meses após a morte do filho de 2 anos, a autônoma Natalya Karyna Prudêncio Barbosa ainda busca respostas sobre o caso e a investigação policial. O menino morreu em Guarujá, no litoral de São Paulo, em decorrência de um traumatismo craniano. Na ocasião, ele havia passado a noite com o padrasto, que alegou que o bebê caiu da cama e se engasgou com a mamadeira. O homem desapareceu.
Natalya acredita que o filho, Henry Lucca, tenha sido agredido pelo padrasto, que sumiu no dia seguinte à morte. O menino morreu em 31 de janeiro, após passar seis dias internado em estado grave na UTI do Hospital Santo Amaro.
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Antes disso, ele foi levado por vizinhos, em parada cardiorrespiratória, até uma base da Polícia Militar no bairro Vila Zilda, onde recebeu os primeiros socorros. A ação foi registrada por uma câmera corporal de um PM (veja abaixo).
“Meu filho merece que a Justiça seja feita. Ele só era um bebezinho indefeso. A dor que ele me deixou vai ser eterna, mas a justiça vai ser feita”, desabafou.
O laudo necroscópico, obtido pelo g1, apontou a causa da morte como broncoaspiração em consequência de uma hemorragia após traumatismo cranioencefálico.
Menino de 2 anos é socorrido por policiais militares após se engasgar e desfalecer
Padrasto desapareceu
O padrasto estava sozinho com a criança porque a mãe estava trabalhando. Com base no relato dele, de que a criança teria caído e engasgado, o tio de Henry registrou o boletim de ocorrência. A versão, no entanto, começou a ser questionada após o homem desaparecer em 1º de fevereiro.
De acordo com Natalya, o então companheiro a acompanhou até o Instituto Médico Legal (IML) de Santos para liberação do corpo. Como o laudo ainda não estava pronto, ele a convidou para um café em uma padaria próxima e saiu dizendo que iria ligar para a mãe dele, mas nunca voltou.
Desde então, Natalya luta para a polícia investigar o caso, pois crê que o ex teve participação na morte do filho. “Ele estava muito nervoso com o resultado da necropsia. Isso me fez perceber que algo estava errado”, afirmou a mulher, dizendo que o diagnóstico de traumatismo craniano como causa da morte intensificou ainda mais a desconfiança.
Segundo a mãe de Henry, ela nunca parou de cobrar a polícia, mas sente que o trabalho está sendo em vão. Há aproximadamente três meses, Natalya prestou depoimento para falar sobre a rotina que tinha com o filho, mas, naquela época, soube que o ex-companheiro ainda não havia sido encontrado nem ouvido.
“Não estou aguentando. Sei que meu filho não volta… É angustiante, desesperador todo dia acordar e não ter resposta, saber que ele [ex] pode achar que está tranquilo, voltar, fazer alguma coisa comigo, ou nem comigo, mas com outras pessoas”, lamentou.
Ela teme, inclusive, que o homem cometa agressões contra outras crianças. “Eu vou lutar aonde for por isso. Estou destruída, não consigo mais ser como eu era”, finalizou Natalya.
SSP-SP
Procurada pelo g1, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) não se manifestou sobre atualização das investigações sobre o caso.
Anteriormente, a pasta havia informado que o caso era investigado pelo 1º Distrito Policial do Guarujá e a equipe realizava diligências para localizar o padrasto da criança e ouvi-lo sobre os fatos.
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