Médica espancada por namorado fisiculturista volta a morar com a mãe durante a recuperação: ‘Meu sonho agora é ficar bem’


Médica Samira Mendes Khouri foi espancada pelo namorado fisiculturista na madrugada do aniversário dela
Reprodução/Redes sociais e Reprodução/TV Globo
Após ficar 12 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a médica Samira Mendes Khouri, de 27 anos, espancada pelo ex-namorado fisiculturista Pedro Camilo Garcia, em 14 de julho, recebeu alta do hospital, no dia 27 de julho, e está se recuperando, desde então, em Presidente Prudente (SP), cidade onde nasceu.
Ao g1, Samira destacou que está fazendo tratamento com quase dez especialistas devido às sequelas após as agressões. A rotina conta com fisioterapia ocular, facial e corporal, três vezes por semana para cada especialidade, além de tratamento com oftalmologista, terapeuta, psicólogo e psiquiatra, e acompanhamento com neurologista.
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“Minha mãe me leva em todos os médicos e consegue me ajudar bastante aqui em Presidente Prudente. Ainda não tenho nenhuma cirurgia marcada, porque precisa que dê 45 dias da primeira cirurgia que eu fiz”, afirmou.
Conforme Samira, os médicos fixaram placas de titânio na arcada dentária, pois não foi possível colocá-las nos ossos da face, por causa da deformação causada pelos socos.
“E não pode ficar na arcada dentária, então vai ter que colocar uma prótese ou um enxerto ósseo. E o meu olho também… estou com a visão dupla. Se não melhorar a visão dupla, vão ter que colocar uma tela embaixo do olho para tentar ficar no mesmo lugar que o outro”, continuou.
Samira Mendes Khouri pretende retomar a carreira na medicina após se recuperar de agressões
Reprodução/Redes sociais
Relacionamento abusivo
Samira reforçou que nunca havia sido agredida pelo fisiculturista desde o início do relacionamento, em outubro de 2023, mas que ele era ciumento possessivo e fazia chantagem emocional com ela.
“Já tentei terminar, a gente chegou a terminar duas vezes. E muita chantagem, de contar mentira, falar que não estava conseguindo comer, sendo que ele estava, porque ele sempre comeu muito bem.”
“Violência física nunca teve, mas psicológica tinha bastante, tanto que ele controlava as minhas mensagens, o meu Instagram, senhas, tinha logado no celular dele. Ele sempre foi muito ciumento. Às vezes, a gente andava na praia e a gente tinha que voltar para casa, porque ele ficava com ciúmes das pessoas me olhando.”
A vítima, que morava em Santos (SP) com o agressor, citou outros casos de ciúmes: “Para academia também. Se eu fosse sem ele, nenhum personal podia falar comigo, ninguém podia falar comigo, porque ele ficava muito bravo e extremamente possessivo”.
Alerta para outras mulheres
A mãe da vítima, Fabiana Mendes, destacou a importância das denúncias para que os agressores não fiquem impunes. “Temos que fazer barulho para ninguém esquecer e para que a justiça seja feita e esse ‘monstro’ continue preso”, afirmou.
Já Samira reforçou: “Qualquer tipo de sinal que esteja em um relacionamento abusivo ou que o cara seja muito ciumento ou que ele proíba ela de fazer algumas coisas, que isso não é normal, ninguém merece ser tratado assim, e ninguém tem que normalizar esse tipo de coisa”.
“O meu principal objetivo e sonho agora é ficar bem, tanto psicologicamente quanto fisicamente, e tentar alertar o máximo de mulheres que eu conseguir”, disse.
Vídeo mostra fisiculturista com mão quebrada em fuga após 6 minutos espancando namorada
Relembre o caso
O fisiculturista Pedro Camilo Garcia foi preso em Santos, no litoral paulista, após espancar a namorada em um apartamento alugado pelo casal em São Paulo (SP). Ele quebrou a mão com as agressões contra a médica, e fugiu em direção à Baixada Santista, onde teve a prisão em flagrante convertida em preventiva no dia 15 de julho.
À Polícia Militar, ele confessou o crime e alegou que a motivação foi ciúmes, após ver uma conversa em que ela mandou fotos sensuais para outro homem. O homem, de 24 anos, quebrou a mão durante as agressões contra a companheira.
A médica foi encontrada por policiais militares e levada a um hospital na capital paulista, onde ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até o dia 16. De lá, foi transferida para Santos, onde morava, e recebeu alta no dia 27. No início de agosto, a médica retornou a Presidente Prudente.
O caso foi registrado como tentativa de homicídio.
Fisiculturista Pedro Camilo foi preso após agredir a namorada em um apartamento alugado em SP
Reprodução
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Samira agradeceu o apoio que tem recebido e explicou que precisa de um pouco mais de tempo para responder a todas as mensagens. Em seguida, a médica citou o vizinho que acionou a polícia após escutar a briga do casal e os agentes que a socorreram até o hospital.
“Se não fosse a polícia, eu não estaria viva hoje aqui. Então, muito obrigada, polícia e vizinho que chamou”, afirmou Samira.
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