Meninas de 12 a 19 anos vão ao ginecologista 18 vezes mais que os meninos vão ao urologista


As meninas param de ir ao pediatra e passam a ir ao ginecologista. Já os meninos, muitas vezes, não vão para lugar nenhum. E o que é pior, muitos deles procuram se informar sobre saúde em academias, onde acabam recebendo dicas sobre suplementos ou até hormônios dos quais não precisam.
Dados do Ministério da Saúde mostram que a frequência das adolescentes do sexo feminino na faixa de 12 a 19 anos ao atendimento médico é quase 2,5 vezes maior que a dos meninos.
Ao se comparar a ida das meninas de 12 a 18 anos ao ginecologista e a dos meninos ao urologista, a discrepância é ainda maior: elas realizam 18 vezes mais atendimentos do que eles.
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De olho nestes dados, a Sociedade Brasileira de Urologia incentiva a ida dos meninos ao urologista com o objetivo de:
Prevenir contra doenças sexualmente transmissíveis
Prevenir contra a gravidez indesejada nas parceiras (os)
Tratar eventuais doenças sexualmente transmissíveis
Evitar o uso desnecessário de suplementos e até anabolizantes, que podem causar problemas cardíacos, renais e até infertilidade
Avaliar o crescimento e o desenvolvimento físico e genital e esclarecer dúvidas sobre puberdade, como o tamanho do pênis
Detectar precocemente a varicocele, principal doença tratável responsável pela infertilidade masculina no futuro
Criar a cultura do autocuidado masculino, incentivando sua ida ao médico com repercussão sobre todas as etapas futuras da vida
Diagnosticar doenças silenciosas que podem afetar a saúde no futuro
Promover o início da vida sexual com segurança, tranquilidade e menos dúvidas
O Bem-Estar conversou com o urologista Átila Rondon para esclarecer dúvidas frequentes de adolescentes do sexo masculino. Confira abaixo:
1) A partir de qual idade os pelos começam a aparecer mais no adolescente?
Meninos começam a desenvolver mais pelos a partir de 9 anos, podendo ir até 13 ou 14 anos. Já as meninas começam a desenvolver mais pelos a partir de 8 anos de idade.
Ao longo da puberdade e da adolescência, essas características vão evoluindo até estarem completas no início da idade adulta.
“É possível que um menino de 13 ou 14 anos já tenha se desenvolvido desde os 9 anos e um outro ainda esteja iniciando este desenvolvimento, o que pode gerar um pouquinho de diferença entre eles”, explica Rondon.
2) Como saber que uma pessoa contraiu alguma IST?
Algumas ISTs podem não dar nenhum sintoma e só vão mais tardiamente desenvolver algum tipo de doença. E entre os sintomas de ISTs, estão:
ardência para urinar
corrimento uretral
“O mais importante é a prevenção, utilizando o preservativo de forma correta. E no momento em que a gente tem uma relação desprotegida, fazer toda a parte de investigação e diagnóstico para que a gente possa tratar precocemente qualquer problema que possa ocorrer antes que a gente possa ter sequelas por conta dessas doenças”, diz Rondon.
3) O hormônio masculino deixa mais forte?
O hormônio masculino é usado muitas vezes de forma inadequada também por adultos com o objetivo de ficar mais forte. Apesar de ter um efeito muscular, deixando mais forte, há uma série de efeitos colaterais.
Não existe dose segura de hormônio masculino com o intuito de ficar mais forte. Médicos não indicam testosterona com este objetivo.
Esses profissionais podem fazer o uso dessas medicações como reposição apenas em doses que são fisiológicas.
“O uso dessas substâncias para poder justamente ter o resultado de ficar mais forte é um problema grave que a gente tem tido. As meninas vão ao ginecologista e recebem orientações adequadas. Os meninos não. Eles vão numa academia e recebem informações que são inadequadas sobre essas medicações. O nosso coração também é um músculo e vai ter efeitos graves e às vezes irreversíveis”.
4) A tadalafila, um medicamento para a disfunção erétil, pode ser indicado para ganhar massa muscular mais rápido?
A tadalafila foi criada para tratamento de disfunção erétil em adultos. Seu uso não gera nenhum efeito sobre a massa muscular, apesar de a medicação ter sido difundida entre os jovens por questão de insegurança.
“Eles às vezes estão inseguros no início da vida sexual, com medo de uma falha e muitas vezes por uma questão psicológica. O corpo deles é jovem e saudável. Não tem motivo para pensar que eles vão ter uma falha, a não ser que seja uma questão psicológica, de insegurança.
“Um jovem que está ciente das suas escolhas e que tem uma orientação adequada consegue iniciar uma vida sexual de uma forma mais segura e consciente. Ao contrário do que se acredita, falar sobre isso com jovens não torna esse processo mais precoce. Pelo contrário”.
5) É possível engravidar ou pegar alguma infecção sexualmente transmissível (IST) na primeira relação sexual?
Sim. A redução do uso de preservativo tem levado a números crescentes de infecções sexualmente transmissíveis entre adolescentes.
O preservativo é importante para a prevenção da gravidez indesejada e também é importante, desde o início da vida sexual, para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, que podem sim ser transmitidas desde o primeiro contato sexual.
“A gente tem observado números crescentes de doenças, como gonorreia, HPV e HIV também no mundo inteiro, por conta dessa redução do uso de preservativo entre os jovens”, destaca o médico.
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