Na ONU, Rússia nega intenção de atacar Europa e faz ameaça contra possíveis agressores
No quinto dia de debates na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o ministro do Exterior da Rússia, Sergei Lavrov, fez acusações contra a Ucrânia, negou que o país esteja planejando um ataque contra a Europa e ameaçou quem agredir a Rússia.
No plenário da ONU, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, sem apresentar provas, acusou a Ucrânia de terrorismo contra políticos, práticas de tortura, execuções e de sabotar instalações nucleares.
Ele afirmou que a Rússia é acusada de planejar um ataque contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar do Ocidente. Disse ainda que nunca teve e nunca terá essa intenção. Mas que qualquer agressão contra o país dele terá o que chamou de “resposta decisiva”.
Apesar de o governo russo impor condições difíceis para um encontro entre o presidente Vladimir Putin e o ucraniano Volodymyr Zelensky, Lavrov disse que a Rússia está aberta para o diálogo. E para tratar da raiz do problema. Lavrov se refere à expansão da Otan.
Em 1949, 12 países criaram a aliança militar. O motivo era conter a expansão da União Soviética. De lá para cá, a aliança ganhou mais 20 signatários, se fortalecendo.
A Ucrânia, há tempos, quer entrar para a aliança. E a Rússia entende isso como ameaça. Por isso, alega que não teve outra opção a não ser invadir o país para se defender.
No discurso, Lavrov afirmou que a aliança continua a se expandir, ao contrário do que foi prometido.
O ministro russo falou do Brasil no tópico “Reforma do Conselho de Segurança da ONU”, em que se mostrou alinhado com o presidente Lula. Assim como ele, o ministro russo defendeu mudanças no Conselho e a entrada do Brasil e da Índia como integrantes permanentes.
Ministro do Exterior da Rússia nega que país esteja planejando um ataque contra a Europa
Reprodução JN
Lavrov dedicou um bom tempo do discurso para a guerra em Gaza. Condenou os ataques do grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro, mas disse que não há justificativa para o que chamou de “matança de palestinos”.
A crítica pela guerra em Gaza foi feito justamente pelo país responsável pela invasão da Ucrânia em 2022, resultando no maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Sobre isto, na terça-feira (23), o presidente Donald Trump surpreendeu com uma mudança de posição.
Ele disse que a Ucrânia pode vencer a guerra e recuperar território. Ele também afirmou que a Rússia é um “tigre de papel”, uma referência histórica que no Brasil podemos comparar com “cão que ladra, não morde”.
O governo russo de Vladimir Putin respondeu, dizendo que a Rússia é um urso (se referindo ao maior predador do Ártico).
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