Jean Carlo Barbosa Máximo, de 31 anos, morreu após ser atingido por um carro durante a disputa de um suposto racha, em Caçapava, no interior de São Paulo.
Arquivo pessoal
O motociclista que morreu após ser atingido por um carro de luxo durante uma suposta disputa de um ‘racha’, em Caçapava, no interior de São Paulo, foi arremessado a cerca de 200 metros e morreu carbonizado no acidente ocorrido na noite deste domingo (5).
De acordo com a Polícia Militar, Jean Carlo Barbosa Máximo, de 31 anos, havia acabado deixar a esposa no trabalho e, ao ser atingido por um dos veículos, foi arremessado a uma distância de aproximadamente 200 metros.
A Polícia informou ainda que a moto que Jean conduzia entrou em chamas e ele morreu carbonizado no local.
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Dois irmãos foram presos suspeitos de causarem o acidente durante a disputa de um racha com carros de luxo. Eles fugiam para Mogi das Cruzes, mas foram detidos em São José dos Campos.
Segundo o boletim de ocorrência, a polícia suspeita que os irmãos estavam dirigindo bêbados e testemunhas afirmam que a dupla fugiu sem prestar socorro. Um dos irmãos não tinha habilitação para dirigir.
De acordo com o boletim de ocorrência, os suspeitos do crime são irmãos:
Jorge Expedito Petrovitch Luiz, de 26 anos, não tem habilitação para dirigir, mas conduzia um Caoa Chery Tiggo 7, avaliado em R$ 140 mil. Esse foi o carro que atingiu o motociclista;
Bruno Petrovitch Luiz, de 29 anos, que dirigia um Volkswagen Jetta, avaliado em R$ 212 mil. O veículo também participava do racha, segundo a polícia, e foi usado na fuga dos irmãos.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o carro de Jorge ficou destruído no acidente e ele entrou no Jetta do irmão.
Ao g1, o advogado que defende os irmãos confirmou a prisão, mas alegou que os irmãos não tinham a intenção de cometer o acidente e não disputavam racha. De acordo com a defesa, eles iam para casa, quando a moto “atravessou o caminho toda apagada e aconteceu a fatalidade”.
O advogado afirmou também que os irmãos fugiram do local do acidente sem prestar socorro ao motociclista por medo da reação de testemunhas, que teriam ameaçado a dupla após o acidente.
Os irmãos passaram por audiência de custódia nesta segunda-feira (6) e tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça. Com isso, eles devem seguir presos durante o andamento da investigação.
Irmãos são presos suspeitos de disputarem ‘racha’ após motociclista morrer ao ser atingido por carro em Caçapava
Bruna Capasciutti/TV Vanguarda
O acidente
Segundo o boletim de ocorrência, o acidente aconteceu por volta das 23h, na rua Vereador Geraldo Nogueira da Silva, no bairro residencial Esperança, em Caçapava.
A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar no local, encontrou o condutor da moto já morto. O corpo estava caído no chão e em chamas, ao lado da moto, que ficou totalmente destruída e incendiada.
Em nota, a PM relatou que o corpo de Jean Carlo foi arremessado a 200 metros de distância do local em que houve a colisão do carro com a moto.
Próximo ao local, mas na mesma rua, os policiais encontraram o carro Tiggo 7, que também estava incendiado.
Segundo o boletim de ocorrência, testemunhas relataram aos policiais que viram o Tiggo 7 e o Jetta trafegando em “altíssima velocidade”, em alguns momentos até na contramão, e disseram que os veículos pareceriam disputar um racha. Momentos depois, ouviram um barulho alto e encontraram a moto em chamas.
Ainda segundo o relato das testemunhas para a polícia, eles viram Jorge Petrovitch, que dirigia o Tiggo 7, saindo do carro após o acidente e entrando no Jetta, que era dirigido pelo irmão, Bruno Petrovitch. Em seguida, os dois fugiram no Jetta, enquanto o Tiggo 7 foi abandonado no local do acidente.
As testemunhas anotaram a placa do Jetta, que, em seguida, foi identificado por câmeras de segurança de São José dos Campos. A Guarda Civil Municipal foi acionada e conseguiu encontrar o veículo na avenida Mário Covas.
De acordo com o boletim de ocorrência, os guardas perceberam diversos sinais de embriaguez nos irmãos, como fala arrastada, olhos avermelhados e forte odor etílico, o que levantou a suspeita de que eles estivessem bêbados.
“Os guardas notaram que Bruno apresentava sinais de embriaguez, tais como fala arrastada e odor etílico. Logo em seguida, Jorge Expedito também desembarcou, apresentando sinais ainda mais evidentes de embriaguez, como fala desconexa, instabilidade motora e forte odor etílico”, narra o documento.
Aos serem questionados, Jorge e Bruno disseram que seguiam para Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Eles negaram fazer o teste do bafômetro e foram presos e encaminhados à delegacia da Polícia Civil de Caçapava.
Na delegacia, a Polícia Civil descobriu que Jorge – que provocou o acidente – não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e, por isso, não pode dirigir.
Durante o registro do boletim de ocorrência, os policiais conseguiram um vídeo do momento do acidente. Segundo o documento, o vídeo comprovou a disputa de racha entre os irmãos.
“As imagens confirmam a velocidade extremamente alta do veículo Tiggo 7, compatível com os danos e a distância percorrida após a colisão contra estrutura de concreto existente às margens da via, corroborando o relato das testemunhas quanto à disputa automobilística. As evidências também reforçam a suspeita de ingestão de bebida alcoólica pelos indiciados, considerando os sinais clínicos observados e a recusa em realizar o teste de alcoolemia”, diz o B.O.
“Cumpre salientar que, embora o indiciado Bruno Petrovitch Luiz não tenha colidido diretamente seu veículo com a motocicleta conduzida pela vítima, sua conduta aderiu integralmente à do coautor Jorge Expedito Petrovitch Luiz, na medida em que ambos participavam ativamente da corrida automobilística e, portanto, assumiram de forma conjunta o risco de produzir o resultado mais danoso. Assim, para fins penais, deve ser reconhecida a coautoria e a participação de Bruno”, diz outro trecho do boletim.
O delegado responsável pelo caso decretou a prisão em flagrante dos dois suspeitos, que depois foi convertida em preventiva pela Justiça.
“As circunstâncias fáticas evidenciam que os indiciados, ao conduzirem veículos em altíssima velocidade, em plena via pública e após o consumo de bebida alcoólica, disputando corrida não autorizada, assumiram conscientemente o risco de produzir o resultado morte”, conclui o documento.
O corpo de Jean Carlo foi removido do local do acidente por uma funerária e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de São José dos Campos para realização de exames necroscópicos.
O caso foi registrado como homicídio, embriaguez ao volante, participação em corrida, localização e apreensão de veículo e direção sem permissão ou habilitação. O ocorrido segue sendo investigado pela Polícia Civil.
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