Motorista de Camaro que matou fisiculturista e amiga em acidente vai a júri popular em Boa Vista


Fernando Takao Marisihiqui Filho matou a fisiculturista Ariane Real da Silva, de 31 anos, em um acidente
Reprodução
Fernando Takao Marisihiqui Filho, de 25 anos, acusado de causar o acidente que matou a fisiculturista Ariane Real da Silva, de 31 anos e Layse Sampaio da Conceição, será julgado pelo Tribunal do Júri no dia 22 de outubro. O g1 teve acesso à decisão que marcou o julgamento de Fernando nessa quinta-feira (9).
O julgamento acontecerá no Plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Boa Vista. A decisão foi assinada pelo juíz Breno Coutinho, da 2ª Vara do Júri. Fernando está preso preventivamente desde outubro de 2023, quando ocorreu a colisão.
O acidente aconteceu no dia 28 de outubro de 2023. À época, Fernando era estudante de engenharia civil. Ele dirigia um Chevrolet Camaro 2SS em alta velocidade e sob efeito de álcool quando bateu no carro das vítimas, na avenida Ville Roy, zona Leste de Boa Vista. Ariane morreu na hora e Layse morreu no hospital.
Os laudos periciais apontaram que o Camaro estava a 130 km/h, mais que o dobro do limite da via (60 km/h), e que o excesso de velocidade foi determinante para o acidente.
Testemunhas confirmaram que o veículo trafegava muito rápido e que Fernando apresentava sinais de embriaguez, embora ele tenha se recusado a fazer o teste do bafômetro.
SAIBA MAIS:
Atleta de fisiculturismo morre e amiga fica gravemente ferida em acidente em Boa Vista
Motorista de Camaro que matou atleta de fisiculturismo em Boa Vista diz que estava a 100 km/h
Morre amiga de fisiculturista vítima de acidente causado por jovem embriagado em Camaro
Fisiculturista morta ao ser atingida por Camaro usava cinto de segurança e teve pé amputado com batida
Câmera registou momento em que Camaro atinge Celta em que estavam as amigas Ariane Real e Layse Sampaio, ambas morreram
Reprodução
O MP denunciou Fernando por duas vezes homicídio qualificado e embriaguez ao volante, afirmando que ele assumiu o risco de matar ao dirigir nessas condições, o chamado “dolo eventual”.
A defesa, por outro lado, afirma que se trata de um homicídio culposo, alegando que Fernando não “quis causar o acidente”. Sustenta que ele tentou frear e desviar, ficou abalado ao saber das mortes e que o carro das vítimas teria cruzado a via principal sem parar, contribuindo para a colisão.
O g1 tenta contato com a defesa de Fernando.
Júri vai decidir se houve dolo
Layse Sampaio, de 28 anos, e Ariane Real, de 31 anos (esquerda para a direita).
Arquivo pessoal
O juiz decidiu que o caso deve ser avaliado por sete jurados populares, que vão definir se o motorista agiu com dolo eventual (quando assume o risco de matar) ou culpa consciente (acidente sem intenção).
O magistrado também manteve a prisão preventiva do réu, afirmando que a forma como o crime ocorreu demonstra periculosidade e risco à ordem pública.
O Tribunal autorizou que o irmão de Layse e a irmã de Ariane atuem como assistentes de acusação no julgamento.
Relembre o caso
O carro de Ariane e Layse foi atingido pela porta do passageiro, onde estava a fisiculturista. O acidente ocorreu em segundos e foi registrado por câmeras de monitoramento da cidade.
A colisão aconteceu no cruzamento da rua Presidente Juscelino Kubitscheck com a Avenida Ville Roy, no bairro Canarinho, zona Leste.
As vítimas Ariane e Layse estavam na rua Presidente Juscelino Kubitscheck quando entraram na avenida Ville Roy e foram atingidas antes de atravessar a via. Elas ficaram presas às ferragens. Ariane era mãe e deixou um bebê de 1 ano.
Uma testemunha relatou à PM que, após a colisão, o condutor do Camaro saiu do veículo com uma garrafa de bebida alcoólica e jogou nas proximidades do local. Imagens que circulam nas redes sociais mostram ele deitado no chão, enquanto chora e repete que “não viu elas”. Junto com Takao estava um jovem, de 27 anos.
Os dois sofreram ferimentos leves e foram conduzidos para o Pronto Socorro Estadual Dr. Francisco Elesbão, anexo ao Hospital Geral de Roraima (HGR). Depois, Takao foi preso e levado à Central de Flagrantes da Polícia Civil.
Quando foi ouvido pelos policiais militares, na unidade de saúde, Takao estava chorando, “apresentava odor etílico, olhos vermelhos, não se lembrava dos fatos e, em vários momentos, não era possível compreender o que dizia”.
Juiz mantém preso motorista de Camaro que matou duas mulheres em acidente em Boa Vista
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *