Ministério Público apura denúncias de moradores que relatam prejuízos com obra do Metrô
O Ministério Público (MP) investiga as obras de expansão da Linha 2-Verde do Metrô após moradores denunciarem rachaduras em casas na região da Vila Formosa, na Zona Leste. Os promotores vão ouvir o Metrô e moradores nesta quinta-feira (11).
Segundo os moradores da Rua Plácido de Castro, as casas estão com rachaduras e algumas delas foram interditadas há mais de três anos. O relatório do MP quer saber quando as moradias serão liberadas aos moradores ou se eles serão indenizados.
Com investimento de R$ 13,3 bilhões do governo estadual, a obra vai expandir a linha da Vila Prudente até a Penha. O projeto prevê 9 nove estações até a Penha: quatro na primeira fase e cinco, na segunda.
Com investimento de R$ 13,3 bilhões do governo estadual, a obra vai expandir a linha da Vila Prudente até a Penha. O projeto prevê 9 nove estações até a Penha: quatro na primeira fase e cinco, na segunda.
Reprodução/TV Globo
Em 2022, a TV Globo mostrou que alguns moradores já reclamavam das rachaduras, que começaram a aparecer na época. Hoje, três anos depois, há imóveis com rachaduras que vão do chão até o teto e estão em toda a parte das casas.
Segundo os moradores, a situação se agravou após a passagem do “tatuzão”, equipamento que faz a escavação dos túneis do metrô na cidade de São Paulo, em novembro de 2024.
Outra moradora ficou do lado de fora da própria casa após as rachaduras. O imóvel foi interditado por apresentar riscos após os problemas na estrutura e, após a interdição, passou a usar uma estrutura de ferro para segurar as paredes (veja vídeo acima).
Em nota, o Metrô disse que respondeu os questionamentos do Ministério Público no prazo legal, e que um mapeamento realizado pela equipe técnica identificou que 55 imóveis sofreram impactos diretos e as famílias foram remanejadas.
Além disso, afirmou que fez o reparo em duas casas e indenizou três famílias. O Metrô não disse quando a expansão da linha será concluída.
Segundo os moradores da Rua Plácido de Castro, as casas estão com rachaduras e algumas delas foram interditadas há mais de três anos.
Reprodução/TV Globo
Espuma no ‘tatuzão’
Uma obra do “tatuzão”, equipamento que faz a escavação dos túneis do metrô na cidade de São Paulo, na Linha 2-Verde causou transtornos na região da Vila Formosa, na Zona Leste da capital paulista.
Segundo o relato de moradores, entre as ruas Soldado Ocimar e Engenheiro Cestari, havia uma grande quantidade de espuma líquida, que teria atingido imóveis do entorno.
Em nota, o Metrô informou que “a espuma líquida utilizada pela tuneladora das obras da Linha 2-Verde, extravasou pelo solo da rua Soldado Ocimar Guimarães da Silva e em um imóvel nesta via”.
Disse ainda que “o líquido não oferece perigo e o imóvel já havia sido desocupado temporariamente, de forma antecipada, dentro do plano de mitigação dos impactos da passagem da tuneladora, que garante a segurança de todos. O monitoramento imediato dos trabalhos também atestou a estabilidade do solo, enquanto a via já foi limpa e liberada ao tráfego”.
Limpeza de área perto da obra em SP
Rodrigo Rodrigues/g1
O ‘tatuzão’
Em 27 de junho, o maior “tatuzão” da América Latina chegou à futura estação Anália Franco e concluiu mais um ciclo de construção dos túneis de ampliação da Linha 2-Verde do Metrô.
Com investimento de R$ 13,3 bilhões do governo estadual, a obra vai expandir a linha da Vila Prudente até a Penha. Até a data, a tuneladora Shield tinha percorrido 1,6 km desde o início no canteiro do Complexo Rapadura, retirando 141 mil m³ de terra.
Batizada de “Cora Coralina”, a máquina tem capacidade para escavar e revestir até 15 metros por dia, por meio da roda de corte de 11,66 metros de diâmetro.
Até 150 pessoas trabalham diretamente na operação, que ocorre em três turnos diários, envolvendo engenheiros, mecânicos, técnicos e eletricistas, por exemplo.
Exclusivo: g1 visita o maior tatuzão da América Latina, em SP