
Sesa investiga contaminação entre funcionários de hospital
Uma funcionária do Hospital Santa Rita, em Vitória, que está se recuperando em casa de uma infecção respiratória, relatou o quadro clínico e a falta de diagnóstico. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) investiga o surto no hospital, que já contaminou 26 funcionários do hospital que atende SUS e convênios.
A funcionária, que preferiu não se identificar, conversou com a reportagem da TV Gazeta (veja acima), por telefone, e detalhou seus sintomas e a ausência de respostas.
“Estou me recuperando aos poucos, permaneço ainda com muita falta de ar, muito desconforto respiratório. E até agora sem respostas do que aconteceu, do que é isso, né? Não tem nenhum parecer”.
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Ela também alegou que as orientações iniciais do hospital foram para evitar o uso de máscaras.
“A única coisa que falaram pra gente é que não era pra gente usar máscara para não assustar os acompanhantes e os pacientes”.
Hospital Santa Rita, Vitória, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Técnica de enfermagem em estado grave
Dois funcionários chegaram a ser levados para a UTI, e uma técnica em enfermagem permanece internada em estado grave.
Segundo o marido e o filho da técnica, ela está entubada, e os médicos ainda não têm um diagnóstico. O Hospital Santa Rita, por outro lado, informou que o estado de saúde dela é favorável.
Ela trabalha há 14 anos no centro cirúrgico da unidade. De acordo com o marido, ela está entubada e não responde ao tratamento.
Segundo ele, os primeiros sintomas surgiram há mais de uma semana, no dia 15 de outubro.
Ao g1, o marido dela contou que o tratamento da esposa não está evoluindo.
“Ela não reage aos medicamentos. O pulmãozinho dela está muito comprometido. A única posição em que ela consegue reagir minimamente é quando está de bruços”, disse o marido.
Seis funcionários seguem internados em enfermaria.
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Investigação e cobrança por transparência
A Sesa foi comunicada sobre o caso no início desta semana e iniciou a investigação, que busca identificar a causa da infecção, inicialmente suspeita de pneumonia.
A hipótese de um vírus foi praticamente descartada, e as análises agora se concentram em bactérias ou fungos.
Foram recolhidas amostras biológicas (sangue, urina, exames pulmonares) e ambientais (água, ar-condicionado, superfícies).
O material está sendo analisado no laboratório central.
O Hospital Santa Rita só se manifestou por meio de notas. O Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) cobrou mais transparência da unidade. O presidente do Sindicato afirmou:
“O hospital poderia, para evitar toda esse pânico geral, medo de uma epidemia, entendeu, ter se posicionado o mais rápido possível para tornar público, para tranquilizar a população, os pacientes e parentes ali que estão desses pacientes internados e até mesmo o corpo de profissionais médicos e paramédicos dali”, declarou.
A Sesa emitiu uma circular reforçando o uso de máscaras (N95 ou PFF2) por tempo indeterminado, já que o agente infeccioso ainda não foi identificado. Os casos iniciais teriam ocorrido em 10 de outubro, em um setor de atendimento a pacientes oncológicos do SUS.
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O que disse o hospital
“O Hospital Santa Rita, por meio de sua Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), informa que está apurando casos identificados entre colaboradores de uma área específica da instituição.
Na última semana, colaboradores apresentaram sintomas com alterações radiológicas sugestivas de pneumonia. O número de casos está atualmente em curva decrescente, não havendo novas internações desde 22 de outubro. Tivemos 14 colaboradores internados no Hospital Santa Rita, sendo dois admitidos em UTI. Atualmente, há seis internados em enfermaria e apenas um em UTI, todos em evolução clínica favorável.
O Hospital reforçou seus protocolos assistenciais e de vigilância, mantendo todas as ações de segurança e atuando em cooperação com os órgãos de saúde. Importante destacar que nenhum paciente internado apresentou sintomas semelhantes, o que levou à hipótese inicial de uma possível causa ambiental, atualmente sob investigação detalhada.
O monitoramento pós-alta está sendo realizado pela equipe de Medicina do Trabalho, que acompanha de perto a recuperação dos colaboradores. Expressamos solidariedade e apoio a todos, reafirmando o compromisso permanente com a qualidade, a segurança e a transparência institucional.
Todos os atendimentos e serviços seguem em funcionamento normal, com a mesma excelência e confiança que consolidam o Santa Rita como referência em saúde no Espírito Santo. O Hospital, com seu compromisso com a transparência e à saúde pública, manterá a sociedade atualizada.”
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