Mulher que morreu após procedimentos estéticos pagou R$ 15 mil a estudante de biomedicina investigado por exercício ilegal da medicina, no PR


Estudante investigado após morte de paciente fica em silêncio em depoimento
Silvana de Bruno, de 66 anos, pagou R$ 15 mil pelos procedimentos estéticos feitos pelo estudante de biomedicina Erick Avelaneda Ferreira de Souza, de 21 anos, segundo investigações da Polícia Civil.
Após as intervenções, Silvana teve um choque séptico e infecção de pele e partes moles, o que a levaram à morte, no início de outubro, em Curitiba. Erick é investigado por exercício ilegal da medicina e homicídio com dolo eventual – quando se assume o risco de matar.
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Segundo a polícia, em maio, Erick se apresentou à mulher como dentista e biomédico. Conforme a família, Silvana passou por três procedimentos, entre eles aplicações de plasma facial, lipo de papada e lipoenxertia nos seios.
Conforme a polícia, após o procedimento, Silvana foi para um hospital, onde ela ficou internada, foi submetida a uma cirurgia de mastectomia total, com retirada completa das mamas e parte do tecido do tórax. Ela não resistiu à infecção e morreu no hospital.
“Ele precisa ser parado para que outras famílias não sofram e não tenham percas como nós estamos hoje sofrendo por perder nossa mãe”, desabafa a filha de Silvana, que optou por não ter a identidade revelada.
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Estudante não de detalhes sobre os procedimentos
O estudante compareceu na delegacia nesta segunda-feira (13). Novamente ele permaneceu em silêncio e não quis dar detalhes sobre os procedimentos feitos em Silvana, conforme a delegada responsável pelo caso.
A defesa de Erick afirmou que ele compareceu na delegacia de forma espontânea, na condição de noticiado. Disse ainda que a defesa está cooperando com as investigações.
A polícia ainda deve ouvir a médica que atendeu Silvana no hospital, quando ela foi internada, analisar as informações dos prontuários, além do laudo de necropsia.
Procedimentos eram feitos em salas alugadas
Polícia investiga morte de Silvana de Bruno depois de ela fazer uma série de procedimentos estéticos
Reprodução
Segundo as investigações, Erick fazia os procedimentos em salas que eram alugadas e pagas por dia. Elas ficam localizadas nos bairros Centro, Campo Comprido e Cabral, em Curitiba. Em uma delas, a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária encontraram seringas e medicamentos, que foram apreendidos.
A suspeita é que os atendimentos aconteciam há pelo menos oito meses.
Conforme a polícia, a vítima conheceu o trabalho de Erick por meio das redes sociais, nas quais ele divulgava a realização de procedimentos estéticos, como preenchimento labial e aplicação de estimuladores de colágeno.
“Ele se dizia dentista, biomédico, porém fez procedimentos de dentista, biomédico e até de médico sem que tivesse formação em nenhuma dessas profissões”, detalha a delegada.
Conforme o Conselho Regional de Biomedicina (CRBM), o suspeito não tinha registro profissional. O órgão afirma que recebeu uma denúncia anônima contra Erick no início de 2025.
Segundo Thiago Massuda, presidente CRBM, o suspeito não apresentou nenhum documento que comprovasse a formação em biomedicina, como ele alegava.
“Nós encaminhamos um ofício para o Ministério Público, porque, em tese, ele estava fazendo exercício ilegal da biomedicina por não estar inscrito no conselho”, afirma Massuda.
O Ministério Público não informou se recebeu a denúncia ou se está investigando Erick.
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