Museu das Amazônias é inaugurado em Belém com exposição de Sebastião Salgado e mostra colaborativa


Museu das Amazônias é inaugurado em Belém.
Juliana Bessa/g1 Pará
O Museu das Amazônias abre as portas ao público neste sábado (4), no galpão 4 do Complexo Porto Futuro II, em Belém. O espaço promete ser referência em práticas museológicas inovadoras, inclusivas e conectadas aos territórios.
O espaço estreia com duas grandes exposições: “Amazônia”, de Sebastião Salgado, inédita no Norte do Brasil, e “Ajurí”, mostra colaborativa com artistas amazônidas e nacionais.
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Museu das Amazônias abre em Belém
‘Amazônia’ 🦜
No térreo, a exposição internacional “Amazônia”, do premiado fotógrafo Sebastião Salgado, ocupa o espaço com cerca de 200 imagens em preto e branco, resultado de sete anos de expedições pela região.
O visitante é convidado a refletir sobre a preservação da floresta e a importância das comunidades originárias. A mostra, que já viajou por Paris, Londres e São Paulo, chega ao Norte do Brasil pela primeira vez.
O cineasta Juliano Salgado, filho do fotógrafo, afirmou que o sonho do Sebastião sempre foi abrir essa exposição no coração da Amazônia.
“Quem entra aqui vai ver uma Amazônia em preto e branco, que deixa o espaço para a imaginação do espectador e que permite compreender as coisas de uma forma mais profunda”.
Suspensa entre os dois pavimentos, a Simbiosfera, um globo de LED assinado por Roberta Carvalho, simboliza a centralidade da Amazônia no imaginário mundial. Para a artista, a coletividade é algo que representa muito quem somos: “acredito muito nessa ideia do caminhar junto”.
‘Ajurí’ 🌳
No mezanino, a exposição “Ajurí” valoriza a colaboração, a ancestralidade e os materiais orgânicos típicos das Amazônias, como fibras de coco, taboa e miriti.
Um móbile com mais de 1.500 animais de miriti, feito por artesãos de Abaetetuba, é destaque entre oito instalações de artistas do Norte e de outras regiões. São pinturas, vídeos, esculturas e experiências imersivas.
Museu das Amazônias é inaugurado em Belém.
Juliana Bessa/g1 Pará
A mostra se divide em três áreas:
“Amazônias no Plural”, celebrando diversidade sociobiocultural
“Ameaças e Crise”, abordando a emergência ambiental e o fenômeno do “piroceno”
“A União como Ensinamento”, exaltando o mutirão e a resistência coletiva
Estrutura e curadoria
O museu possui dois espaços para exposições (950 m² e 500 m²), loja, sala multiuso modular com capacidade para 130 pessoas e sala educativa de 77 m².
Toda a arquitetura do espaço valoriza insumos locais: “Todas as paredes do museu foram feitas com gel de barro e engobe da região do Marajó, em parceria com as Mãos Caruanas”, detalha o arquiteto Pablo do Vale, da Guá Arquitetura.
A comissão curatorial é formada pela antropóloga e pesquisadora indígena Francy Baniwa, pela ecóloga Joice Ferreira e pela arqueóloga Helena Lima, unindo ciência, tradição e memória.
Segundo Joice, “as obras estão aqui para despertar, chamar atenção, mas ao mesmo tempo mostrar que cada visitante tem um papel, pode fazer a sua parte, pode contribuir que ainda é tempo para valorizar esse território tão maravilhoso”.
Museu das Amazônias é inaugurado em Belém.
Juliana Bessa/g1 Pará
O equipamento é implementado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), conhecido pela atuação em museus de referência como o Museu do Amanhã (RJ) e o Paço do Frevo (PE), em parceria com o Museu Goeldi. O museu integra o Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM) da Secretaria de Estado de Cultura do Pará.
Porto Futuro II
O Complexo Porto Futuro II reunirá cinco armazéns restaurados: Armazém Gastronômico (entrega em 4 de outubro), o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia (entrega em 7 de outubro) e a Caixa Cultural (abertura em 8 de outubro).
O orçamento do projeto é de R$ 568 milhões, com financiamento da Vale e do BNDES. As obras começaram em junho de 2023, requalificando uma área total de 50 mil m² no bairro do Reduto.
Serviço
Museu das Amazônias
Endereço: Armazém 4A, Complexo Porto Futuro II, bairro do Reduto, Belém
Funcionamento: de quinta a terça, das 10h às 18h (última entrada às 17h). Fechado às quartas para manutenção.
Entrada: gratuita até fevereiro de 2026.
Horário especial: de 4 a 10 de outubro, das 10h às 20h.
Nos dias 11 e 12 de outubro, o museu estará fechado para o Círio de Nazaré.
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