Em seu discurso de abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu
“Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo, mas nada, absolutamente nada justifica o genocídio em curso em Gaza”, afirmou Lula.
A delegação palestina não participa presencialmente da reunião deste ano, após o governo de Donald Trump, dos Estados Unidos, revogar todos os vistos de membros do governo palestino.
Lula discursa nesta terça-feira (23) na abertura do debate de líderes do organismo multilateral. O discurso dele será seguido pela fala do presidente norte-americano, Donald Trump.
A Assembleia Geral da ONU é o principal evento das Nações Unidas e acontece anualmente. Durante a assembleia, líderes dos 193 países membros da ONU discursam. Este ano, o evento acontece entre os dias 22 e 24 de setembro.
Na última sexta-feira (19), no entanto, a ONU permitiu que presidente palestino, Mahmoud Abbas, participe por videoconferência do evento em Nova York.
🔎Mahmoud Abbas é presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que governa parcialmente a Cisjordânia, território palestino sob forte controle de Israel, e costuma participar das Assembleias Gerais da ONU, que ocorrem anualmente.
No pronunciamento, o petista comentou a exclusão da delegação palestina da reunião. Para Lula, a decisão dos EUA de barrar a participação do grupo representa um sinal de fragilidade democrática dentro da própria ONU.
Fim da crise humanitária
Lula tem feito apelos pelo fim da crise humanitária na Faixa de Gaza desde o acirramento do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. O Brasil é um defensor histórico da solução de dois Estados — com um da Palestina ao lado de Israel.
No Conselho de Segurança, os Estados Unidos se tornaram o único os cinco integrantes permanentes a não reconhecer o Estado da Palestina. Desde 2012, a Palestina é considerada um Estado Observador Não Membro da ONU. Pode participar dos debates, mas não tem poder de voto.
O futuro do território palestino e o fim do conflito que já dura quase dois anos deve estar no centro dos debates na Assembleia Geral deste ano.
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Revogação de vistos
No fim de agosto, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou os vistos de entrada nos EUA de membros da Autoridade Palestina e da coalizão que controla a entidade, a Organização para a Liberação da Palestina (OLP).
Entre os sancionados, estão Mahmoud Abbas e mais 80 representantes da instituição.
Na ocasião, o governo Trump acusou Autoridade Palestina e a OLP de serem associadas ao “terrorismo” e de “não cumprirem seus compromissos e por minarem as perspectivas de paz” no Oriente Médio.
A Autoridade Palestina foi criada para gerir politicamente os territórios palestinos, mas, desde que o grupo terrorista Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, após as eleições de 2006, a entidade só exerce poder de fato sobre alguns enclaves na Cisjordânia. A OLP é adversária política do Hamas.