Ibama destrói avião e maquinários usados em garimpo ilegal próximo de árvore gigante no AP
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) destruiu um avião usado para abastecer um garimpo ilegal localizado a apenas 1 quilômetro da segunda árvore mais alta da Amazônia, um Angelim-vermelho de 85 metros de altura. A Operação Xapiri Karuana também desmantelou uma pista clandestina e aplicou R$ 4,8 milhões em multas.
A ação ocorreu na segunda-feira (10) em Laranjal do Jari, no Sul do Amapá, e foi divulgada nesta quinta-feira (13).
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Segundo o Ibama, o garimpo ilegal se mantém por meio de pistas clandestinas dentro da floresta. Em Laranjal do Jari, os agentes encontraram uma pista usada para transportar equipamentos e combustível.
A aeronave havia sido adaptada para cargas e, de acordo com o monitoramento do órgão, realizou fretes para o garimpo neste mês. No mesmo local, funcionava uma oficina clandestina, onde foram encontradas peças de aviões e 300 litros de combustível de aviação armazenados sem autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O avião, os equipamentos e o combustível foram destruídos no próprio local. O Ibama confirmou que a pista, o hangar e a aeronave pertenciam a José Edno Alves Oliveira. Ele recebeu três autos de infração que somam R$ 4,8 milhões e teve os bens embargados.
As multas foram aplicadas com base no Decreto Federal nº 6.514/2008: duas pelo garimpo ilegal e pela oficina clandestina, e uma pelo armazenamento irregular de combustível.
O g1 solicitou nota à defesa do acusado, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.
José Edno está preso desde agosto deste ano, acusado de ser o mandante de uma chacina que deixou 8 pessoas mortas em uma área de garimpo na divisa do Amapá com o Pará.
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Operação Xapiri Karuana
No Amapá, Ibama destrói avião e maquinários usados em garimpo ilegal a 1 km da segunda árvore mais alta da Amazônia
Ibama/Divulgação
Criada para combater a logística do garimpo ilegal na floresta dos angelins gigantes, a operação já destruiu escavadeiras, dragas e acampamentos usados na atividade. Até o momento, o balanço parcial aponta:
1 avião
8 escavadeiras hidráulicas
1 draga
1 barco
1 caminhonete
8 motores
2 geradores
4 acampamentos
3.300 litros de diesel
300 litros de combustível de aviação
Ameaça às árvores gigantes
Infográfico árvore gigante no Amapá – garimpo ilegal a 1 km da segunda árvore mais alta da Amazônia, de 85 metros de altura
Arte g1
Imagens de satélite divulgadas pelo Ministério Público do Amapá mostram que o garimpo ilegal de ouro está a apenas um quilômetro da segunda árvore mais alta da Amazônia, um Angelim-vermelho de 85 metros.
A árvore foi identificada em levantamentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Em outubro de 2024, o Ministério Público recomendou que a Secretaria de Meio Ambiente do Amapá monitorasse a região e criasse mecanismos de proteção em um raio de um quilômetro ao redor das árvores gigantes.
A área abriga pelo menos três garimpos ilegais. Em fevereiro de 2025, a barragem de um deles rompeu e liberou rejeitos no rio Cupixi, causando graves danos ambientais.
O santuário das árvores
As árvores gigantes foram localizadas em 2021 por pesquisadores. O Angelim-vermelho encontrado na reserva é a maior árvore do Amapá, com 85,44 metros — o dobro da média da floresta.
“O garimpo ilegal é uma ameaça ao nosso patrimônio natural”, disse o pesquisador Eric Bastos Gorgens, da UFVJM. Ele destacou que a retirada da vegetação sem estudos compromete um patrimônio de todos os brasileiros e que as unidades de conservação são o principal mecanismo de proteção.
Exemplar de árvore gigante no Amapá
Rafael Aleixo/Arquivo GEA
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